O jovem reconheceu em uma nota dirigida ao juiz de instrução preliminar que conhecia a mulher nigeriana e que era o autor do romance (Ian Waldie/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2012 às 19h49.
Roma - Um italiano de 34 anos formado em Filosofia foi detido como suposto autor do assassinato de uma prostituta nigeriana de 20 anos, ato que relatou em um romance escrito por ele mesmo intitulado "A Rosa e o Leão".
O suposto assassino, Daniele Ughetto, original de Turim, foi acusado de matar Anthonia Egbuna, cujo cadáver foi encontrado em 26 de fevereiro em uma barragem do rio Pó.
Segundo os investigadores, o assassinato foi tramado pelo jovem italiano com quem mantinha uma relação, informaram nesta terça-feira os veículos da imprensa italiana.
Segundo os investigadores, era uma relação tempestuosa, exatamente como a descrita por Ughetto em seu romance, em que um jovem italiano quer tirar uma prostituta nigeriana das ruas, mas o personagem do livro fracassa e isso o leva a assassinar a jovem.
"Ele a amava e a amava cada vez mais, mas ela não queria saber de sair da rua. Todas as suas tentativas de fazê-la mudar de vida fracassaram e, por isso, ela se tornou sua torturadora", escreveu Ughetto em seu romance.
O promotor Sandro Destito acusa Unghetto de homicídio voluntário premeditado e ocultação de cadáver.
O jovem reconheceu em uma nota dirigida ao juiz de instrução preliminar que conhecia a mulher nigeriana e que era o autor do romance, embora tenha negado o assassinato.
Ughetto foi preso na quinta-feira passada e o juiz Massimo Scarabello opinou que permaneça em prisão cautelar, ao considerar que existe risco de fuga.
No entanto, há algumas diferenças entre o assassinato narrado no romance e o real, já que enquanto na ficção a prostituta é assassinada com tiros de fuzil, Anthonia Egbuna foi morta a facadas, segundo revela a autópsia.
O relatório médico afirma que a prostituta nigeriana sofreu vários e profundos cortes de arma branca, ferimentos na cabeça, no pescoço e nas mãos "alguns dos quais eram, sem dúvida, resultado de uma tentativa de se defender".
Segundo a reconstrução dos investigadores, a mulher lutou contra seu agressor, que após matá-la se desfez do corpo jogando-o no rio Pó.