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Supostas agressões sexuais no Ano Novo geram indignação na Índia

As agressões foram denunciadas através de fotografias que mostram mulheres cercadas por uma multidão de homens e protegidas por agentes de segurança

Índia: em 2015 foram registrados 34.651 casos de estupro na Índia (Reuters)

Índia: em 2015 foram registrados 34.651 casos de estupro na Índia (Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 13h46.

Nova Délhi - O governo da Índia condenou nesta terça-feira as supostas agressões sexuais contra mulheres que aconteceram no Ano Novo em Bangalore, no sul do país, um episódio que causou indignação no país asiático e pelo qual ainda não há detidos.

O vice-ministro do Interior da Índia, Kiren Rijiju, lamentou hoje no Twitter o "vergonhoso assédio" que aconteceu contra várias mulheres durante a celebração de Ano Novo em uma popular e movimentada avenida de Bangalore, um fato que, segundo ele, não ficará impune.

Uma fonte da polícia local detalhou para a Agência Efe que, até o momento, não há detidos pelos incidentes que ocorreram no fim de ano.

As supostas agressões sexuais foram denunciadas através de fotografias publicadas ontem por veículos de imprensa locais que mostram distintas mulheres cercadas por uma multidão de homens e protegidas por agentes das forças de segurança e por seus próprios acompanhantes.

Após a divulgação das imagens, G. Parameshwara, ministro do Interior do estado de Karnataka, cuja capital é Bangalore, declarou que as mulheres foram agredidas por "se vestirem no estilo ocidental" e assegurou que o assédio é comum "durante esses eventos".

As declarações do dirigente geraram forte rejeição nas redes sociais e por parte de ativistas dos direitos das mulheres.

Rijiju, por sua vez, condenou os comentários "irresponsáveis" do dirigente de Karnataka e pediu às forças de segurança que detenham e "ponham atrás das grades" os responsáveis por assédio.

A violência contra a mulher é um dos maiores problemas que a Índia enfrenta, que endureceu as penas contra os agressores depois do caso de estupro coletivo, seguido de tortura, que resultou na morte de uma jovem em 2012, um fato que abriu o debate sobre a situação das mulheres no país e que repercutiu em todo o mundo.

Segundo dados da Agência Nacional de Registro de Crimes do país asiático (NCRB, sigla em inglês), em 2015 foram registrados 34.651 casos de estupro na Índia.

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