Desastres naturais: o ciclone Amphan deve atingir a Ásia nesta quarta-feira (20)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2020 às 06h17.
Última atualização em 20 de maio de 2020 às 06h43.
As forças da natureza não dão descanso em meio a uma pandemia. No sul da Ásia, a quarta-feira é marcada pela chegada do ciclone Amphan à costa leste da Índia, próximo a Calcutá, e de Bangladesh, com potencial de causar danos nos dois países.
A expectativa era de que o furacão atingisse a região na tarde desta quarta-feira, manhã no Brasil, provocando chuva intensa, com ventos que podem chegar a 185 quilômetros por hora.
Na terça-feira, a intensidade do ciclone havia diminuído um pouco. Ele deixou de ser classificado como uma “tempestade superciclônica” (com ventos acima de 220 quilômetros por hora) – a mais alta categoria no sistema meteorológico indiano – e foi incluído na categoria de uma “tempestade ciclônica extremamente severa”, a segunda mais crítica.
“O Amphan é o mais intenso e o primeiro superciclone registrado desde um ciclone que atingiu a região de Odisha em 1999. Estamos lidando com um cenário de múltiplas casualidades uma vez que os ventos devastadores devem causar um dano extenso à infraestrutura, às moradias e às árvores”, disse Mrutyunjay Mohapatra, diretor geral do Departamento de Meteorologia da Índia ao jornal Times of India. Em 1999, o ciclone de Odisha deixou quase 10.000 mortos e causou mais de 4 bilhões de dólares em danos.
Em Bangladesh, as autoridades planejavam evacuar mais de 2 milhões de pessoas das regiões costeiras e de locais que estão na rota do ciclone. Na Índia, outras centenas de milhares de pessoas também estavam sendo orientadas a deixar as vilas e cidades atingidas pelo Amphan, para evitar um desastre ainda maior.
A desocupação provocada pelo ciclone ocorre em meio às medidas de quarentena impostas para conter a propagação do novo coronavírus, o que traz uma dificuldade adicional para as autoridades. A formação de ciclones é comum no norte do Oceano Índico, mas as tempestades têm ficado mais frequentes e mais intensas nos últimos anos. É mais um sinal de que as mudanças climáticas não dão trégua.