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“Super” anúncio de Trump contra covid revelado: tratamento de plasma

Anunciado por Trump como uma descoberta, o tratamento já havia sido divulgado e sua eficácia é debatida

Trump afirmou que o tratamento teve uma "taxa incrível de sucesso" e o classificou como "seguro" (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump afirmou que o tratamento teve uma "taxa incrível de sucesso" e o classificou como "seguro" (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de agosto de 2020 às 17h48.

Última atualização em 23 de agosto de 2020 às 20h00.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em coletiva de imprensa neste domingo, 23, que a Food and Drug Administration (FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos, na sigla em inglês) autorizou em caráter emergencial o uso de plasma convalescente no tratamento de pacientes diagnosticados com covid-19.

Trump afirmou que o tratamento teve uma "taxa incrível de sucesso" e o classificou como "seguro", além de afirmar que a autorização foi baseada na ciência e em uma determinação independente da FDA. Ele ainda disse que a população americana o ouvirá "muito em breve" para também falar sobre vacinas.

"Fornecemos US$ 48 milhões para financiar o estudo da Mayo Clinic que testou a eficácia do plasma convalescente para pacientes com o vírus. Por meio desse estudo, mais de 100 mil americanos já se inscreveram para receber este tratamento e está comprovado que reduz a mortalidade em 35%", disse Trump.

O tratamento com o plasma convalescente é uma terapia que se resume a transfundir plasma de um paciente recuperado de coronavírus e que já possui anticorpos contra a doença para aqueles que ainda lutam contra a infecção.

Embora o tratamento já tenha dado resultados, sua eficácia ainda é debatida e há risco de efeitos colaterais e transmissão de agentes infecciosos.

"O plasma convalescente provavelmente funciona, embora isso deva ser confirmado por ensaios clínicos, mas não como um tratamento de emergência para pacientes gravemente enfermos", disse Len Horovitz, um residente do Hospital Lenox Hill em Nova York.

Segundo ele, seria mais eficaz se fosse administrado quando surgissem os primeiros sinais da doença, o que não ocorre hoje.

Em um tuíte anunciando a entrevista coletiva do presidente na tarde deste domingo, a porta-voz de Donald Trump, Kayleigh McEnany, disse que o presidente comunicará um "avanço terapêutico".

A American Drug Agency (FDA) já autorizou a transfusão de plasma de pessoas recuperadas do coronavírus sob certas condições, como parte de testes clínicos ou para pacientes em circunstâncias graves.

De acordo com o Washington Post, mais de 70.000 pacientes já receberam uma transfusão de plasma convalescente.

 

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