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Sul-coreanos pedem ordem judicial contra escudo antimísseis

Os residentes consideram que seus direitos foram violados pelo governo sul-coreano, que combinou em julho com os EUA a instalação do THAAD

THAAD visto em distrito sul-coreano: os habitantes desta comarca agrícola estão preocupados pela possibilidade de que sua região se torne alvo de ataques norte-coreanos (Lee Jong-hyeon/News1/Reuters)

THAAD visto em distrito sul-coreano: os habitantes desta comarca agrícola estão preocupados pela possibilidade de que sua região se torne alvo de ataques norte-coreanos (Lee Jong-hyeon/News1/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de maio de 2017 às 09h21.

Seul - Centenas de residentes da comarca rural sul-coreana onde foi desdobrado o escudo americano antimísseis THAAD apresentaram nesta segunda-feira uma reclamação perante o Tribunal Constitucional para que proíba sua instalação e funcionamento.

Um total de 527 habitantes do condado de Seongju e de Gimcheon, 200 quilômetros ao sudeste de Seul, pediram à corte que bloqueie o envio de novos componentes necessários para os funcionamento do Sistema de Defesa Terminal de Área a Grande Altitude (THAAD), pensado para interceptar mísseis norte-coreanos.

Os residentes consideram que seus direitos constitucionais foram violados pelo Governo sul-coreano, que combinou em julho com os EUA a instalação do THAAD perante os repetidos testes de armas do regime de Pyongyang.

Os habitantes desta comarca agrícola estão preocupados pela possibilidade de que sua região se torne alvo de ataques norte-coreanos e também pelos efeitos que os potentes radares do escudo terão sobre sua saúde e suas colheitas.

Muitos sul-coreanos consideram, além disso, que o desdobramento foi feito precipitadamente e aprovado por um Governo que foi deposto por um caso de corrupção, postura defendida pelo candidato favorito nas eleições presidenciais de amanhã, o liberal Moon Jae-in, que falou de uma possível revisão do acordo se ganhar.

A decisão de instalar o THAAD, que está em operação desde a passada semana, piorou a relação de Seul com Pequim, já que o Governo chinês considera que os radares do sistema podem ser usados para espionar suas instalações militares.

Seu desdobramento coincide com um clima de crescente tensão na península perante a insistência ainda maior da Coreia do Norte na hora de lançar projéteis balísticos e a dialética endurecida de Washington desde a chegada ao poder Donald Trump, cujo Governo insinuou a possibilidade de fazer ataques preventivos sobre Pyongyang.

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