Mundo

Sul-africanos, obrigado por compartilhar Mandela, diz Obama

Barack Obama, em seu discurso em homenagem a Nelson Mandela, agradeceu ao povo da África do Sul por ter compartilhado o líder com o mundo

Barack Obama faz discurso na cerimônia religiosa em homenagem a Nelson Mandela: "Mandela é o último libertador do século XXI", disse (Getty Images)

Barack Obama faz discurso na cerimônia religiosa em homenagem a Nelson Mandela: "Mandela é o último libertador do século XXI", disse (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 10h03.

Johanesburgo - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu discurso na cerimônia religiosa em homenagem a Nelson Mandela, agradeceu ao povo da África do Sul por ter "compartilhado" o líder com o mundo.

"Mandela é o último libertador do século XX", disse Obama pouco após ser recebido com uma grande ovação no estádio FNB, no bairro de Soweto (Johanesburgo), onde está sendo realizado o ato.

Obama disse as palavras diante de milhares de sul-africanos reunidos para a cerimônia religiosa oficial em memória de Mandela no estádio FNB de Soweto, onde encontrou pela primeira vez o presidente de Cuba, Raúl Castro, que cumprimentou antes de fazer seu discurso.

"Ao povo da África do Sul, o mundo agradece por compartilhar Nelson Mandela conosco. A luta dele foi a luta de vocês. Seu triunfo foi o de vocês", sentenciou.

"Mandela nos ensinou que tudo parece impossível... até que seja feito. (...) A África do Sul nos ensinou que podemos escolher um mundo onde não haja conflito, mas justiça e paz", ressaltou.

O presidente dos Estados Unidos criticou que, na contramão do legado de Mandela, ainda haja crianças passando fome, escolas fechadas, pessoas perseguidas por seus ideais políticos no mundo: "Isso está acontecendo hoje", observou.

Obama estimulou, no entanto, as pessoas a não permitirem que esse lento progresso "encubra o fato de que nosso trabalho não está feito".


Pediu, neste sentido, para abraçar o legado de luta pela igualdade e pela liberdade de Mandela de forma autêntica por parte dos líderes que, apesar de elogiá-lo, não o defendem em seus países.

"Mandela entendeu os laços que unem o espírito humano", elogiou, e mencionou a palavra que na África do Sul resume esse sentimento: "ubuntu".

Obama reconheceu que Mandela o encoraja sempre a querer ser "um homem melhor" e estimulou todos a buscarem a "força" de Mandela e sua "grandeza de espírito" dentro de si.

"Quando a noite estiver mais escura, pensemos em Madiba", e citou em seguida uma das célebres frases do ícone da luta contra o apartheid: "Sou o dono do meu destino, sou o capitão da minha alma".

"Sentiremos profundamente sua falta. Que Deus abençoe a alma de Nelson Mandela, que Deus abençoe a África", concluiu.

Uma centena de chefes de Estado e de governo participaram hoje no ofício religioso por Mandela, que morreu na quinta-feira passada.

Além de ficar no antigo gueto negro de Soweto, onde Mandela viveu durante anos, o estádio foi palco em 1990 de um dos primeiros discursos pronunciados após sair da prisão pelo que foi o preso político mais famoso do mundo.

Cerca de 100 telões transmitiram a cerimônia em espaços públicos de todo o país e em outros três estádios de Johanesburgo.

*Atualizada às 11h03 do dia 10/12/2013

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulBarack ObamaNelson MandelaPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país