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Suíços rejeitam fim das vantagens fiscais para estrangeiros

Entre os eleitores, 60% disseram não à proposta que acabava com impostos reduzidos para milionários estrangeiros que vivem no país


	Suíça: 60% disseram não ao fim de impostos reduzidos para estrangeiros que moram no país
 (Wikimedia Commons)

Suíça: 60% disseram não ao fim de impostos reduzidos para estrangeiros que moram no país (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2014 às 15h01.

Os eleitores suíços votaram "não" para o fim das vantagens fiscais para os residentes estrangeiros ricos na consulta realizada neste domingo (30), e que incluía outras duas propostas igualmente rejeitadas.

A proposta de acabar com o benefício fiscal, apoiada pela esquerda, recebeu o "não" de 60% dos eleitores.

Na consulta, os suíços também rejeitaram outros dois textos submetidos à votação. No primeiro, os eleitores suíços votaram "não" a uma nova limitação da imigração no país,

De acordo com os resultados oficiais, a proposta apresentada pela organização Ecologia e População (Ecopop), que em nome do meio ambiente pretendia lutar contra a superpopulação, foi rejeitada por 74% dos eleitores.

O terceiro texto, apresentado pela direita conservadora e que pretendia obrigar o Banco Nacional (banco central) a conservar no mínimo 20% das reservas em ouro, foi rejeitado por 76% dos suíços.

A cada três meses os suíços votam sobre vários temas e desta vez as consultas foram acompanhadas com atenção pela comunidade internacional por suas repercussões no exterior.

As pesquisas apontavam o fracasso das propostas, mas a magnitude do "não" superou as expectativas.

Em fevereiro, em outro referendo, os suíços votaram "não à imigração em massa", ao aprovar por pequena margem (50,3% a favor, 49,7% contra) uma iniciativa que impõe cotas e contingentes para limitar a entrada de trabalhadores estrangeiros.

Apenas 10 meses depois, a Ecopop pretendia limitar o saldo migratório anual da Suíça a 0,2% da população residente (16.000 pessoas, contra 83.000 atualmente), em nome da proteção ao meio ambiente, e pretendia que o país destinasse 10% da ajuda ao desenvolvimento para medidas de controle da natalidade em países do hemisfério sul.

Todos os partidos políticos, incluindo a direita populista da UDC, que liderou a votação anti-imigração de 9 de fevereiro, consideram excessiva a medida para um país que mostra um crescimento líquido, não está endividado e tem taxa de desemprego de apenas 3,1%.

A consulta sobre o chamado "forfait" fiscal aos residentes estrangeiros ricos, combatido pela esquerda em nome da "igualdade", envolvia os 5.729 milionários estrangeiros que preferem pagar um bilhão de francos suíços (830 milhões de euros) de impostos negociados na Suíça, ao invés da taxação em seus respectivos países.

Os críticos, incluindo vários governos cantonais, afirmam que eliminar as vantagens fiscais privaria as regiões de importantes recursos.

Mas a proposta terminou fortemente rejeitada, assim como a terceira iniciativa, que pretendia obrigar o banco central suíço a conservar no mínimo 20% de suas reservas em forma de ouro, contra o estoque atual de 7%.

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