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Suécia entra oficialmente na Otan, aliança militar liderada pelos EUA

Decisão encerra dois séculos de não-alinhamento oficial e ocorre à sombra da guerra na Ucrânia; Rússia prometeu que agirá se tropas e ativos da aliança forem implantados no país

Ulf Kristersson, primeiro-ministro da Suécia (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

Ulf Kristersson, primeiro-ministro da Suécia (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 7 de março de 2024 às 14h09.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 18h53.

A Suécia se tornou, nesta quinta-feira, o 32º membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. A decisão encerra dois séculos de não-alinhamento oficial e ocorre à sombra da guerra na Ucrânia.

A Rússia prometeu que tomará medidas após a entrada de Estocolmo na sigla, especialmente se tropas e ativos da aliança forem implantados no país.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, viaja para Washington, onde o secretário de Estado, Antony Blinken, receberá oficialmente os documentos de ratificação, obtidos após longas negociações com membros da organização. Mais tarde, Kristersson participará do discurso anual do Estado da União, feito pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que tem lutado para persuadir a aprovação de novos auxílios à Ucrânia.

“Este é um dia histórico. A Suécia agora ocupará seu lugar legítimo na mesa da Otan, com igual poder na formulação de políticas e decisões”, disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, em comunicado. “Após mais de 200 anos de não-alinhamento, a Suécia agora desfruta da proteção concedida pelo Artigo 5, a garantia máxima da liberdade e segurança dos aliados”, continuou.

Pelo Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, que rege a organização, caso um dos membros sofra um ataque, este será considerado como uma agressão a todos os demais integrantes, que têm o compromisso de agir de acordo com a ameaça. Em mais de sete décadas de existência da Otan, a única invocação do artigo aconteceu após os ataques do 11 de Setembro de 2001 contra os EUA, com os países participando de ações contra a rede terrorista al-Qaeda no Afeganistão e Paquistão.

Apesar de não compartilhar fronteiras físicas com a Rússia, como o fazem Finlândia, Polônia e Lituânia, Estônia e Letônia, a entrada da Suécia na aliança militar permite um controle quase completo do Mar Báltico, uma rota naval estratégica e onde ficam alguns dos portos mais importantes da Rússia: Kaliningrado e São Petersburgo.

Em maio de 2022, quando a candidatura foi apresentada e poucos meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Chancelaria russa afirmou que precisaria tomar medidas “técnico-militares” em resposta a uma decisão que, para Moscou, “não incrementará a segurança do país” e “levará à perda de soberania em seu processo decisório de política externa”.

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