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Sudão impõe condições para libertar presos políticos

O presidente do Sudão pediu à oposição que entregue as armas e se una ao processo de paz, com o qual se mostrou comprometido


	Salva Kiir: o presidente do Sudão do Sul anunciou um plano para sair da atual crise, que inclui uma chamada aos deslocados para retornar a seus lares e deixar as sedes da ONU
 (AFP)

Salva Kiir: o presidente do Sudão do Sul anunciou um plano para sair da atual crise, que inclui uma chamada aos deslocados para retornar a seus lares e deixar as sedes da ONU (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 15h30.

Juba -  O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, se mostrou a favor de libertar os presos políticos acusados de tentativa golpista, sempre que forem respeitados os trâmites judiciais e as investigações em curso.

Em entrevista coletiva realizada em Juba nesta segunda-feira, Kir assegurou que não se "importa" em libertar essa dezena de detidos políticos, como exigem os insurgentes, "se forem cumpridos os trâmites judiciais e as investigações legais".

"Perdoar os detidos é possível, mas após realizar todas as investigações e conhecer todas as leis que violaram, então poderemos intervir, antes ou após a realização do julgamento contra si", explicou.

Além disso, Kir pediu à oposição que entregue as armas e se una ao processo de paz, com o qual se mostrou comprometido.

O presidente sul-sudanês pediu que a delegação negociadora representante do Governo assine em Adis-Abeba o acordo de cessar-fogo com a parte opositora, liderada pelo ex-vice-presidente Riak Mashar.

O líder do país se negou a cumprir outros pedidos dos rebeldes, como o que exige a retirada do Exército ugandense que luta junto com as tropas governamentais no Sudão do Sul.

Nesse sentido, o presidente afirmou que essas forças estrangeiras estiveram presentes na zona desde 2005, como parte da luta de Uganda contra os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA, segundo sua sigla em inglês).

Além disso, Kir acusou a missão da ONU no Sudão do Sul de não ser neutra no conflito e se posicionar junto aos rebeldes.


A Organização das Nações Unidas "deveria estar envergonhada por seus atos no Sudão do Sul".

Kir também anunciou um plano para sair da atual crise, que inclui uma chamada aos deslocados para retornar a seus lares e deixar as sedes da ONU, e por sua vez exige uma investigação dos crimes e abusos cometidos na noite da suposta tentativa de golpe de Estado em 15 de dezembro.

Além disso, Kir pediu a formação de uma comissão para a reconciliação e a paz, além de revisar a Constituição, reorganizar as instituições civis e de segurança no país e iniciar os preparativos necessários para o processo eleitoral de 2015.

O presidente assegurou que seu país respeita os esforços que realizam os países "amigos" a fim de levar a paz e a estabilidade ao Sudão do Sul, e louvou os esforços mediadores da Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento (Igad), formada pela Etiópia, Quênia, Uganda, Sudão, Somália e Djibuti.

Os líderes dos países da Igad manterão na próxima quinta-feira uma reunião de emergência em Juba para analisar o estado do conflito sul-sudanês.

Os enfrentamentos deixaram milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados desde dezembro no jovem país, que enfrenta seu maior desafio desde seu nascimento em julho de 2011, após ficar independente do Sudão. 

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