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Sudão do Sul retoma negociações para governo de transição

Rodada de negociação de paz para acabar com o conflito no Sudão do Sul foi retomada hoje


	Militares no Sudão do Sul: conflito político começou em dezembro do ano passado
 (George Philipas/Reuters)

Militares no Sudão do Sul: conflito político começou em dezembro do ano passado (George Philipas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 13h18.

Adis-Abeba - A rodada de negociação de paz para acabar com o conflito no Sudão do Sul foi retomada nesta segunda-feira em Adis-Abeba, a capital da Etiópia, apenas alguns dias após o fim da data limite estipulada, em junho, entre o governo e os rebeldes para formar um governo de transição de união nacional.

Em 10 de junho, o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o líder rebelde, Riek Machar, acertaram a formação de um governo de transição de união nacional no prazo de 60 dias, após o cessar-fogo alcançado um mês antes, que foi violado. Uma rodada de conversas entre o governo e os rebeldes realizada duas semanas mais tarde fracassou após a recusa da oposição em negociar com partidos políticos e outros representantes sociais.

O porta-voz da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), Seyoum Mesfin, pediu que esta nova rodada de conversas tivesse "progressos", já que "as promessas por si sós não são suficientes". Com isso, um representante do opositor Movimento de Libertação Popular do Sudão (SPLM, sigla em inglês) garantiu que o objetivo dos rebeles é manter conversas diretas com o governo para poder conseguir um acordo de paz "conclusivo" que contemple um sistema federal de governo.

Por sua vez, o principal negociador do governo, Nhial Deng Nhial, criticou que a falta de consequência para os rebeldes por parte da comunidade internacional tenha permitido que o SPLM intensificasse as operações militares no Sudão do Sul, o que vai contra os princípios estipulados em junho.

As negociações de paz foram retomadas em meio as recentes advertências das Nações Unidas sobre uma iminente crise de fome no Sudão do Sul, que já conta com 1,3 milhões de pessoas vivendo em níveis de insegurança alimentar severa por conta do conflito armado.

O conflito político iniciado em dezembro do ano passado no país entre Kiir, de etnia dinka, e Machar, dos nueres e deposto um ano antes, em pouco tempo derivou em conflito étnico entre comunidades que se atacaram nos últimos meses.

Kiir acusa Machar de liderar uma tentativa de golpe. O fato desencadeou enfrentamentos que deixaram milhares de mortos nos últimos seis meses e colocaram à beira de uma guerra civil o jovem país, que se tornou independente do Sudão em julho de 2011. 

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