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Sudanesa cristã condenada à morte é libertada

Após dar à luz, Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de 27 anos, é libertada

Sudanesa cristã Meriam Ishag: condenada à morte por negar o Islã, ela deixou a prisão nesta segunda-feira (AFP)

Sudanesa cristã Meriam Ishag: condenada à morte por negar o Islã, ela deixou a prisão nesta segunda-feira (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 08h38.

Cartum - A sudanesa cristã Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de 27 anos, condenada à morte por negar o Islã, foi libertada depois de dar à luz na prisão, informou um de seus advogados nesta segunda-feira.

"Meriam foi libertada há cerca de uma hora", afirmou o advogado Mohamad Mustafa.

"Ela se encontra em lugar seguro com seu marido e seus dois filhos. Não vou lhes dizer onde ela está. A principal razão é que tememos por sua vida", acrescentou o advogado.

A condenação de Meriam à forca, em 15 de maio, provocou fortes críticas de vários governos ocidentais e grupos de direitos humanos.

Filha de um muçulmano, ela foi condenada pela lei islâmica que proíbe as conversões, depois de ter se casado com um cristão. O casal já tinha um filho de 20 meses.

Ela também foi condenada a 100 chicotadas por adultério, já que, segundo a interpretação sudanesa da sharia, as uniões entre uma muçulmana e um não-muçulmano são consideradas traição conjugal.

Quando foi condenada, a mulher estava grávida e deu à luz uma menina 12 dias depois do veredicto. Depois do parto, foi levada da cela que dividia com seu primeiro filho e outras mulheres para o hospital da prisão.

Mustafá e outros quatro advogados especializados em direitos humanos se encarregaram da defesa da jovem gratuitamente.

Nesta segunda, os Estados Unidos celebraram a libertação de Meriam.

"Aplaudimos a decisão do tribunal de apelação sudanês de pôr em liberdade Meriam Yahia Ibrahim Ishag", declarou a porta-voz adjunta do Departamento de Estado americano, Marie Harf.

A porta-voz também pediu ao governo sudanês que revogue sua leis que proíbem a conversão religiosa, consideradas "incongruentes com sua Constituição de 2005, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos".

"Essas ações ajudariam a demonstrar aos sudaneses que seu governo tem a intenção de respeitar as liberdades fundamentais e o direitos humanos universais", acrescentou.

Vários líderes políticos e religiosos europeus pediram que a revogação da "sentença desumana" pronunciada contra ela.

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