Mundo

Sudanês com ebola morre; Conselho de Segurança se reúne

Funcionário da ONU com ebola morreu no hospital alemão onde foi internado, sendo que a propagação do vírus será assunto de reunião do Conselho de Segurança


	Médico se prepara para atender a pacientes com febre ebola, na África
 (AFP)

Médico se prepara para atender a pacientes com febre ebola, na África (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 14h21.

Berlim - Um funcionário sudanês da ONU com ebola morreu no hospital alemão onde foi internado depois de contrair na Libéria o vírus, cuja propagação será alvo, nesta terça-feira, de uma reunião do Conselho de Segurança.

O sudanês de 56 anos, que foi levado na quinta-feira da Libéria a Leipzig (leste da Alemanha), morreu durante a madrugada desta terça, anunciou a clínica de Leipzig na qual recebia tratamento.

Ele era um dos três pacientes com ebola que a Alemanha havia aceitado receber.

Na Espanha, os médicos que tratam Teresa Romero, a auxiliar de enfermagem de 44 anos infectada com ebola, estavam nesta terça-feira relativamente otimistas porque o estado da paciente segue estável, após 15 dias de doença.

"Ela se encontra estável e este é um bom dia, o dia 15, contamos que permaneça assim", disse Marta Arsuaga, médico do serviço especializado em doenças tropicais do hospital Carlos III de Madri, onde Romero, a primeira pessoa infectada fora da África, está internada.

"As estatísticas habitualmente dizem que até o dia 13/14 é quando a doença tem maior mortalidade, então agora estamos em um bom dia", acrescentou Arsuaga.

O avanço do vírus, que matou mais de 4.000 pessoas sobretudo na África ocidental, e os esforços para tentar freá-lo estarão nesta terça-feira no centro de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

O presidente americano, Barack Obama, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, convocaram a comunidade internacional a redobrar seus esforços para enfrentar a doença.

Os ministros da Saúde da União Europeia devem, por sua vez, se reunir na quinta-feira em Bruxelas para debater um reforço das medidas de controle nas fronteiras e uma melhora da coordenação entre países. No aeroporto londrino de Heathrow, eram realizados nesta terça-feira interrogatórios e controles de temperatura para os viajantes procedentes dos países mais afetados.

A França planeja fazer o mesmo para os voos procedentes da Guiné.

Autoridades criticadas na Espanha

A Espanha decidiu, por sua vez, treinar todos os funcionários de saúde e urgências que possam entrar em contato com o vírus. Muito criticada por sua gestão do contágio de Teresa Romero, a ministra da Saúde, Ana Mato, deve comparecer nesta terça-feira ante o Senado para dar explicações.

O marido de Romero denunciou na segunda-feira as falhas ocorridas e exigiu a renúncia do conselheiro de Saúde da região de Madri, que acusou sua esposa de ter mentido sobre o ocorrido.

Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde alegaram uma falha na aplicação das medidas de proteção para explicar o primeiro contágio em solo americano, de uma funcionária de saúde do hospital de Dallas. A doente formava parte da equipe que tratou um paciente liberiano com ebola, que faleceu na semana passada.

Na Libéria, o país mais afetado pela doença, as equipes de saúde estão em greve desde segunda-feira para obter o pagamento de adicional de periculosidade. Estes trabalhadores estão muito expostos ao vírus no país. Entre eles, 201 contraíram a doença, dos quais 95 morreram, segundo a OMS.

A ONU colocou na sexta-feira em quarentena 41 membros de suas equipes no país, entre elas 20 soldados, depois de descobrir um segundo caso de contágio em uma de suas equipes.

A diretora da OMS, Margaret Chan, disse "não ter visto nunca uma crise de saúde ameaçar a sobrevivência de sociedades e governos em países que já são muito pobres".

*Atualizada às 14h21 do dia 14/10/2014

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasONU

Mais de Mundo

Trump escolhe Kevin Hassett para liderar Conselho Econômico Nacional

Conflito entre Israel e Hezbollah deixa mais de 3,8 mil mortos e 1,3 milhão de deslocados no Líbano

Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no Líbano entra em vigor; entenda

Biden diz que cessar-fogo entre Israel e Hezbollah foi pensado para ser permanente