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Suboficiais do Peru são processados por suposta espionagem

Três suboficiais da Marinha peruana estão sendo processados por suposta espionagem para o Chile, o que poderia afetar as relações bilaterais, segundo ministro


	Baía de Miraflores, no Peru: marinheiros realizaram várias viagens ao Chile, assim como à Argentina, ao Brasil e à Bolívia
 (Martin Bernetti/AFP)

Baía de Miraflores, no Peru: marinheiros realizaram várias viagens ao Chile, assim como à Argentina, ao Brasil e à Bolívia (Martin Bernetti/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 16h53.

LIMA - Três suboficiais da Marinha do Peru estão sendo processados por um suposta espionagem para o Chile, e caso se comprove o envio de informação confidencial ao país vizinho, seria um fato de “suma gravidade” que afetaria as relações bilaterais, disse nesta quinta-feira o ministro da Defesa peruano, Pedro Cateriano.

A informação era mantida em segredo para que a Justiça militar determine a responsabilidade dos suboficiais, que trabalhavam como operador de comunicações e analista de informação de inteligência da Marinha, segundo o ministro.

“É um fato absolutamente condenável, vergonhoso, que suboficiais da Armada tenham se prestado a esta categoria de contrabando de informação, por isso exortamos a Justiça militar a atuar com celeridade”, afirmou Cateriano a jornalistas.

O julgamento dos suboficiais foi tornado público por um canal de televisão local, que na noite de quarta-feira mostrou imagens sobre o processo na base militar de Callao. Logo depois de sua divulgação, o ministro admitiu os processos.

“São fatos acontecidos no governo anterior e que em dois casos abarcam parte do governo atual”, detalhou o ministro.

Cateriano disse que os indícios razoáveis até o momento são as movimentações dos suboficiais no exterior, que não podem ser explicadas do ponto de vista econômico.

Os marinheiros realizaram várias viagens ao Chile, assim como à Argentina, ao Brasil e à Bolívia, onde supostamente teriam se reunido com militares chilenos.

“Uma vez que se tomou conhecimento destes fatos, quando se detectou o primeiro investigado, manteve-se a reserva no caso e se pode obter uma segunda informação, e assim sucessivamente até chegar ao terceiro caso”, afirmou.

Dois suboficiais teriam indicado que entregaram informações a “empresários italianos que lhes ofereceram dinheiro extra por entregar informações sobre a pesca peruana”, relatou parte da mídia local.

Indagado sobre uma eventual comprovação de que a informação foi passada para o Chile, Cateriano respondeu: “Se existisse uma situação como a que foi formulada, terá que se pedir explicações sobre o caso, porque é um fato de suma gravidade que afetaria a relação bilateral entre Peru e Chile”.

Entretanto, o ministro observou que o governo peruano fez “todos os esforços possíveis” para melhorar o relacionamento com o Chile nos últimos anos.

Por sua parte, o porta-voz do governo chileno, Alvaro Elizalde, disse que “não foi recebida nenhuma informação oficial a esse respeito”.

“Em todo caso, as relações entre Peru e Chile passam por um momento de fortalecimento, e ambos os governos estão comprometidos com este processo”, acrescentou Elizalde a jornalistas.

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