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Submarino do Titanic: possíveis restos humanos são encontrados nos destroços do submersível

Estes restos e os do submersível serão analisados, o que poderia fornecer "elementos cruciais para entender a causa da tragédia", ressaltou o capitão Jason Neubauer, chefe da investigação da guarda costeira

Esta foto fornecida pela OceanGate Expeditions mostra o submersível "Titan" desaparecido com 5 pessoas a bordo durante uma viagem turística aos destroços do "Titanic" no Atlântico Norte

 (AFP/AFP)

Esta foto fornecida pela OceanGate Expeditions mostra o submersível "Titan" desaparecido com 5 pessoas a bordo durante uma viagem turística aos destroços do "Titanic" no Atlântico Norte (AFP/AFP)

Publicado em 29 de junho de 2023 às 09h27.

Especialistas encontraram possíveis restos humanos em meio aos fragmentos recuperados do submersível turístico Titan, que implodiu com cinco pessoas a bordo no Atlântico Norte durante uma imersão até a carcaça do Titanic, anunciou em comunicado, nesta quarta-feira, 28, a guarda costeira dos Estados Unidos.

Estes restos e os do submersível serão analisados, o que poderia fornecer "elementos cruciais para entender a causa da tragédia", ressaltou o capitão Jason Neubauer, chefe da investigação da guarda costeira.

O Titan, operado por uma empresa privada, submergiu no último dia 18, para uma observação dos restos do Titanic, e deveria ter retornado à superfície depois de sete horas, mas o contato com o submersível foi perdido em menos de duas horas.

Uma operação de resgate teve início para tentar salvar os ocupantes do submersível, mas as equipes constataram que a embarcação sofreu uma "implosão catastrófica", que não deixou sobreviventes.

Os restos do Titan foram trazidos para a terra nesta quarta-feira, em St. John's, Canadá. Um navio da guarda costeira americana os levará até um porto nos Estados Unidos, onde eles serão analisados pelos investigadores.

Provas podem ser cruciais para a investigação

A imprensa do Canadá exibiu pedaços do que parecia ser a proa e o casco do submersível. Um dos diretores da empresa Pelagic Research Services, que havia enviado seu robô submarino controlado remotamente (ROV) para explorar o fundo do Atlântico, confirmou que havia concluído suas operações.

"Encerramos nossa parte no mar", informou à AFP o porta-voz da empresa, Jeff Mahoney. "Foi uma operação extremamente arriscada, tanto para o ROV quanto para a equipe, que trabalhou 24 horas por dia praticamente sem dormir durante toda a operação", continuou, confirmando que todas as equipes retornavam aos Estados Unidos.

O capitão Jason Neubauer elogiou os esforços "para recuperar e preservar estas provas cruciais a uma profundidade e distância extremas da costa", segundo o comunicado da guarda costeira americana.

Investigações foram abertas nos Estados Unidos e no Canadá para apurar as causas da implosão do submersível. "Ainda há muito trabalho a fazer para entender os fatores que levaram à perda catastrófica do Titan e ajudar a garantir que uma tragédia como esta não se repita", concluiu o capitão Neubauer.

O que aconteceu os corpos das vítimas da implosão do submersível?

Ainda não ficou claro em que momento exatamente desde que o submersível desapareceu, no último domingo, ocorreu a implosão – e se os tripulantes de fato morreram apenas no momento, ou antes. A única certeza é que é impossível um indivíduo ter sobrevivido à experiência. “Eles teriam sido feitos em pedaços”, disse o especialista.

"O casco de pressão é a câmara onde residem os ocupantes. Parece que eles chegaram ao fundo quando o vaso de pressão implodiu e, geralmente, quando cede, cede de uma só vez. Parece que foi o cilindro de fibra de carbono que cedeu e resultou na implosão", avaliou Molé.

É o que explica também Nicolai Roterman, um ecologista de águas profundas da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido. Ele conta que bastaria uma única quebra na estrutura do submersível naquela profundidade para a embarcação ceder imediatamente, e os tripulantes morrerem.

"Se houvesse qualquer tipo de quebra no casco, os ocupantes sucumbiriam ao oceano em um instante", disse ao DailyMail.

Falhas no sistema de oxigenação

Além disso, falhas no sistema de oxigenação podem ter levado os passageiros a chegarem no momento da implosão já vivendo efeitos de algo chamado narcose de nitrogênio, também conhecido como embriaguez das profundezas.

A partir de 30 metros de profundidade, há a necessidade de um suporte respiratório específico que mistura oxigênio diluído em gás hélio. Quando ele não funciona adequadamente, o aumento do nitrogênio provoca sintomas semelhantes à intoxicação por álcool, como problemas no raciocínio, desorientação, e até mesmo euforia.

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