Senador de Nova York, Bill Perkins (Jessica Rinaldi/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2011 às 17h26.
Nova York - Um senador e uma coalizão de organizações de defesa dos direitos das mulheres e líderes comunitários de Nova York defenderam neste domingo a suposta vítima do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, e exigiram que a Justiça continue o caso por agressão sexual.
"Estamos aqui para pedir ao promotor do distrito que faça seu trabalho. Instamos o promotor (Cyrus) Vance a permitir que a vítima tenha sua oportunidade diante do juiz", disse o senador democrata por Nova York, Bill Perkins, em coletiva de imprensa em seu gabinete localizado no bairro do Harlem.
Acompanhado de representantes das comunidades afro-americana, muçulmana e latina de Nova York, entre elas cerca de 20 mulheres, incluindo a Miss Guiné nos Estados Unidos, Perkins pediu à promotoria que continue com o caso diante dos rumores de que poderia abandoná-lo devido à falta de credibilidade da empregada de hotel que denunciou Strauss-Kahn em 14 de maio.
"Abandonar o caso desestimularia as vítimas na hora de sair à luz, pelo medo de que elas mesmas acabem sendo acusadas", afirmou Perkins, que lembrou que a questão da "credibilidade" do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), que enfrenta denúncia de tentativa de estupro na França, "também é importante".
Entre as organizações participantes encontravam-se a Coalizão 100 Mulheres Negras, Mulheres no Islã, o Caucus Nacional Mulheres Dominicanas, o Conselho de Relações Islâmico-Americanas, assim como os imãs Abdoulaye Balde e Souleimane Konate e o reverendo Charles Curtis.
Também presente na coletiva de imprensa, o congressista Eric Stevenson afirmou que a ideia de que o promotor decida não seguir adiante com a denúncia é "um mau sinal para o sistema judiciário americano".
"Ela nos representa", disse por sua vez Virginia Montague, presidente da Coalizão 100 Mulheres Negras, ao exigir do promotor Vance "manter-se firme" e seguir adiante com a investigação lançada pela denúncia de uma guineana de 32 anos.
Na mesma sintonia, Zenaida Méndez, fundadora do Caucus Nacional de Mulheres Dominicanas, lembrou que "o mundo está olhando para o que os Estados Unidos fazem com esse caso".
Libertado sob juramento de forma surpreendente na última sexta-feira, depois de passar vários dias na prisão e depois de semanas de prisão domiciliar, Strauss-Kahn é acusado de sete crimes, passíveis de dez anos de prisão, entre eles o de tentativa de estupro, dos quais declarou-se inocente.
A causa teve uma virada espetacular devido à aparição de falhas e mentiras no depoimento da funcionária do hotel, o que deixou a promotoria em maus lençóis, apesar de estar ter anunciado na quarta-feira passada que "a investigação continua".