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Strauss-Kahn agora enfrenta batalha na França

Acusação da jornalista e escritora francesa Tristane Banon pode prejudicar chance de candidatura do ex-chefe do FMI à presidência francesa

Pessoas ligadas a Strauss-Kahn defendem a teoria de que há um complô contra o francês (Nicholas Kamm/AFP)

Pessoas ligadas a Strauss-Kahn defendem a teoria de que há um complô contra o francês (Nicholas Kamm/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2011 às 16h57.

Paris - Exaltados ou nem tanto, os socialistas franceses participam da ressurreição política de Dominique Strauss-Kahn, mas sua eventual candidatura às presidenciais de 2012 poderia vir a ser comprometida pelo anúncio de uma ação de tentativa de estupro, desta vez, na França, rejeitada imediatamente por DSK.

A novela prossegue: na sexta-feira passada, DSK deixou para trás o pesadelo americano, após sua liberação pela justiça nova-iorquina, que não deverá dar continuidade ao processo por agressão sexual contra o ex-diretor-gerente do FMI, após as sérias dúvidas apresentadas sobre a versão da acusadora, uma camareira de um grande hotel de Manhattan.

Nesta segunda-feira, quando tomava corpo a hipótese de um "come-back" daquele que foi considerado o melhor candidato potencial da esquerda para derrotar Nicolas Sarkozy, aparece uma nova tempestade no horizonte, com o anúncio de uma nova ação judicial.

A jornalista e escritora francesa Tristane Banon, que afirma ter sido agredida sexualmente, em 2002, por Dominique Strauss-Kahn, vai entrar com uma queixa, na terça-feira "por tentativa de estupro", anunciou nesta segunda-feira seu advogado, David Koubbi.

Menos de duas horas mais tarde, DSK partiu para o contra-ataque. Denunciou, através de seus advogados, fatos "imaginários", anunciando, ao mesmo tempo, que encarregava seus defensores de "preparar uma ação penal por calúnia contra Tristane Banon".

O advogado de Tristane Banon afirmou não ter ninguém por trás desse novo processo, mas a nova queixa e um retorno possível para DSK ao cenário político francês não deixa de alimentar a teoria de complô defendida por pessoas ligadas a ele.


Segundo uma pesquisa Harris Interactive publicada nesta segunda-feira, 42% dos franceses consideram que Dominique Strauss-Kahn poderia ser um "bom presidente da República" tanto quanto o deputado socialista François Hollande e mais que a líder do partido, Martine Auby (38%), os dois principais candidatos declarados às primárias socialistas.

Em Paris, os admiradores começaram a preparar sua volta. DSK "sempre acompanhou o que acontecia na França" e "desempenhará, forçosamente, um papel considéravel nos acontecimentos do ano que vem", afirmou, na manhã desta segunda-feira, o deputado Jean-Marie Le Guen, ao jornal Le Parisien.

A hipótese de uma volta de Dominique Strauss-Kahn à corrida eleitoral promete tumultuar um partido que acaba apenas de digerir a saída de seu eventual campeão de votos.

Sua morte política anunciada levou François Hollande à liderança das pesquisas e impulsionou Martine Aubry, ligada ao ex-chefão do FMI por um pacto de não-agressão recíproca, a se lançar na corrida.

Todos garantem que o calendário das primárias - o encerramento da apresentação de candidaturas está marcado para o dia 13 de julho - não representaria um problema se Dominique Strauss-Kahn desejasse voltar, mas muito poucos querem isso realmente.

Uma candidatura DSK é a "hipótese mais fraca", afirmou nesta segunda-feira Benoît Hamon, porta-voz do PS e ligado a Martine Aubry.

Por sua vez, o deputado Jean-Christophe Cambadélis afirmou que a prioridade de DSK, no momento, é ter sua honra "lavada".

Se DSK ficar totalmente limpo pela justiça americana, poderia "ter de volta uma cota importante de popularidade", considerou Jérôme Fourquet, do Instituto de Pesquisas Ifop, no jornal Le Figaro, lembrando que o próprio Strauss-Kahn identificava seus pontos fracos, antes do episódio nos Estados Unidos: "as mulheres" e "o dinheiro".

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