Steve Bannon: fundador do site Breitbart é acusado de fraudar doações online (Mary F. Calvert/File Photo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2020 às 11h21.
Última atualização em 20 de agosto de 2020 às 12h10.
Procuradores nos Estados Unidos decretaram a prisão do ex-conselheiro do presidente Donald Trump, Steve Bannon. O assessor foi preso na manhã desta quinta-feira, 20.
Bannon e outras três pessoas são acusadas de fraude nas doações de uma campanha de arrecadação de fundos online. A campanha era destinada a levantar fundos para a construção de um muro entre o México e os Estados Unidos, uma das principais demandas de parte dos eleitores de Trump nos Estados Unidos.
A campanha foi batizada de "Nós construímos o muro" ("We Build the Wall", em inglês), mas o dinheiro não foi usado para esse fim, dizem os procuradores.
Ao todo, as fraudes teriam chegado a 25 milhões de dólares. Só Bannon teria recebido mais de 1 milhão de dólares.
Segundo as autoridades, o grupo usou o interesse dos apoiadores em financiar o muro na fronteira para ludibriar centenas de milhares de doadores, "sob a falsa pretensão de que o dinheiro seria usado na construção", disse o procurador Audrey Strauss, que faz parte da equipe de procuradores de Nova York que investigou o caso.
Bannon é um dos principais nomes da extrema-direita nos Estados Unidos. Ele é fundador do site Breitbart, acusado de espalhar notícias falsas sobre política e assuntos como a pandemia do novo coronavírus. O assessor foi apoiador da campanha de Trump e chegou a ser estrategista-chefe da Casa Branca por quatro meses em 2017, primeiro ano do governo.
Líderes brasileiros aliados do presidente Jair Bolsonaro também são próximos de Bannon. O próprio presidente, além de nomes como o chanceler brasileiro Ernesto Araújo e o deputado Eduardo Bolsonaro, se encontraram com Bannon em visitas aos EUA. Bannon já chegou a defender publicamente a eleição de Bolsonaro no Brasil e também se encontrou com o filósofo Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro.