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St. Louis enfrenta protestos sobre discriminação racial

Manifestantes estão revoltados com a segunda morte de um jovem negro pela polícia

Ativistas durante uma manifestação pela morte de mais um jovem negro nos EUA, em Clayton, Missouri  (Jim Young/Reuters)

Ativistas durante uma manifestação pela morte de mais um jovem negro nos EUA, em Clayton, Missouri (Jim Young/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 18h33.

St. Louis - Manifestantes revoltados com a segunda morte de um jovem negro de 18 anos pela polícia enfrentaram os oficiais pela segunda noite em St. Louis, nos Estados Unidos.

Representantes da população pedem ao Departamento de Justiça que investigue o caso que levou à morte de Vonderrit D. Myers na quarta-feira.

Oficiais da tropa de choque ficaram alinhados na rua, enquanto manifestantes xingavam para provocar, sem que houvesse reação. Helicópteros da polícia rodearam o bairro e foi preciso usar spray de pimenta para conter a multidão.

Alguns queimaram a bandeira americana, enquanto outros rufaram tambores e gritaram "é com isso que a democracia se parece". Manifestantes também bateram nas laterais dos carros da polícia e quebraram vidros.

Oito pessoas foram detidas - cinco por "reunião ilegal", duas por danos materiais e uma por posse de maconha - e um oficial foi ferido por um tijolo jogado por manifestantes, além de danos a uma empresa e a dois carros da polícia.

Segundo os pais de Myers, ele estaria desarmado e carregando um sanduíche quando levou os 17 tiros de um policial, que, por sua vez, afirmou ter contra-atacado os disparos de Myers, que estaria com uma arma roubada e agressivo. O nome do policial não foi divulgado.

"Esse caso aqui foi discriminação racial que se tornou fatal", afirmou a senadora democrata Jamilah Nasheed, em conferência na quinta-feira. No mesmo dia, centenas de pessoas fizeram uma vigília com velas para Myers e protestaram pela sua morte.

Esse é segundo caso em dois meses em que a polícia é acusada de discriminação racial ao matar a tiros um jovem negro. O primeiro aconteceu em Ferguson, quando Michael Brown foi morto por um policial branco.

O clima de tensão aumenta à medida que são esperadas manifestações nos próximos quatro dias. Os eventos começam nesta sexta-feira, com protestos em larga escala e marchas em memória de Brown e Myers.

Organizações de direitos civis se juntaram para organizar protestos até a segunda-feira, começando com uma manifestação em frente ao escritório do procurador-geral Bob McCulloch.

No caso de Michael Brown, o júri decidirá se o policial Darren Wilson enfrentará as acusações da morte do jovem.

Organizadores afirmam que milhares de ativistas e manifestantes de todo o país devem comparecer a St. Louis para quatro dias de protestos e marchas contra discriminação racial e violência policial. Os eventos tomaram caráter de urgência diante da morte de Myers.

A mãe do jovem morto na quarta-feira, Syreeta Myers, afirmou que a "polícia mente" sobre seu filho estar armado. "Eles mentiram sobre Michael Brown, também", disse.

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