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Sri Lanka afirma que líder extremista procurado morreu nos atentados

No balanço de vítimas dos ataques, as autoridades revisaram o balanço de 359 para 253 mortos

Sri Lanka: com o país em situação de alerta, as orações de sexta-feira nas mesquitas foram marcadas por medidas de segurança rígidas (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

Sri Lanka: com o país em situação de alerta, as orações de sexta-feira nas mesquitas foram marcadas por medidas de segurança rígidas (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de abril de 2019 às 06h39.

O extremista cingalês Zahran Hashim, considerado peça-chave nos atentados islamitas do Domingo de Páscoa no Sri Lanka, morreu durante o ataque a um dos hotéis de luxo de Colombo, informou nesta sexta-feira (26), o presidente Maithripala Sirisena, que também anunciou a demissão do chefe da polícia nacional após as falhas cometidas.

Com o país em situação de alerta, as orações de sexta-feira nas mesquitas foram marcadas por medidas de segurança rígidas.

No balanço de vítimas dos ataques, as autoridades revisaram o balanço de 359 para 253 mortos, alegando que alguns corpos mutilados foram contados duas vezes.

O presidente Maithripala Sirisena afirmou que o extremista Zahran Hashim, apontado como um dos líderes dos atentados, morreu em um dos ataques a hotéis de luxo de Colombo.

"O que os serviços de inteligência me disseram é que Zahran morreu no ataque ao Shangri-La" na manhã de domingo, declarou o presidente.

Zahran Hashim executou o ataque contra este hotel à beira-mar na capital do país com a ajuda de um segundo homem-bomba, identificado como "Ilham", completou o chefe de Estado.

Zahran Hashim aparecia em um vídeo divulgado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), que reivindicou a autoria dos ataques. Nas imagens, ele comanda sete homens em um juramento de lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi.

As autoridades o procuravam ativamente desde os atentados contra igrejas e hotéis de luxo neste país turístico do sul da Ásia.

Zahran Hasim era o líder do National Thowheeth Jama'ath (NTJ), grupo extremista local relativamente desconhecido até domingo e que o governo cingalês acusa de ter executado os atentados.

Com o governo na defensiva por ter ignorado as advertências de outros países sobre a alta probabilidade de atentados, o principal comandante de polícia do Sri Lanka, o inspetor- geral (IGP) Pujith Jayasundara, pediu demissão após as falhas registradas.

"O IGP pediu demissão. Enviou o pedido ao ministério da Defesa. Vou designar um novo IGP em breve", afirmou o presidente Sirisena.

Na quinta-feira, o principal funcionário do ministério da Defesa pediu demissão.

Hemasiri Fernando entregou a carta de demissão ao presidente Sirisena, que também é ministro da Defesa.

"Eu pedi a ambos que pedissem demissão, enquanto acontece uma investigação disciplinar", afirmou o presidente.

O serviço de inteligência indiano transmitiu às autoridades cingalesas vários alertas sobre os atentados, afirmou uma fonte indiana à AFP, mas a informação não chegou aos ministros, o que o governo de Colombo chamou de "grande lapso".

O exército mobilizou tropas nas ruas para ajudar a polícia nas buscas por suspeitos.

Até o momento 74 pessoas foram detidas, incluindo um homem que as autoridades acreditam que é o pai de dois homens-bomba.

Vários países recomendaram que seus cidadãos não visitem o Sri Lanka no momento, um duro golpe para a indústria turística.

Erro embaraçoso

A polícia publicou nesta quinta-feira os nomes e as fotos de seis suspeitos: três homens e três mulheres.

Mas em um erro embaraçoso, poucas horas depois admitiu que a fotografia que acompanhava o nome de uma das suspeitas era incorreta.

A foto era de uma ativista muçulmana americana. A polícia afirmou que o nome estava correto.

Em todo o país, as autoridades adotaram reforçaram as medidas de segurança, inclusive nas mesquitas antes das orações semanais de sexta-feira.

O ministro de Assuntos Muçulmanos do Sri Lanka, Abdul Haleem, fez um apelo na quinta-feira para que as mesquitas cancelassem as orações de sexta-feira em solidariedade à Igreja católica, que suspendeu todas as cerimônias públicas por medo.

As comunidades muçulmanas expressaram o temor de uma reação violenta, apesar de seus líderes terem condenado os atentados. Também afirmaram que alertaram as autoridades sobre o extremismo de Hashim.

O governo defendeu a unidade nacional e pediu para que não aconteçam atos de represália, mas um grupo de refugiados muçulmanos de Negombo, onde fica uma das igrejas atacadas, fugiu de suas casas depois que foram intimidados, afirmaram ativistas dos direitos humanos.

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