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Southampton se desculpa com alunos do Ciência sem Fronteiras

Parceira internacional do programa no Reino Unido, a SWB UK reclamou da falta de dedicação dos alunos


	Dilma com estudantes durante cerimônia de lançamento da segunda etapa do Ciência sem Fronteiras
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma com estudantes durante cerimônia de lançamento da segunda etapa do Ciência sem Fronteiras (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 16h36.

Brasília - A Universidade de Southampton, no Reino Unido, enviou na manhã de hoje (19) email pedindo desculpas aos estudantes do Ciência sem Fronteiras (CsF) pela mensagem enviada no último final de semana pela Science Without Bordes UK (SWB UK). Parceira internacional do programa no Reino Unido, a SWB UK reclamou da falta de dedicação dos alunos. A direção da universidade ressalta que a mensagem não deveria ter sido enviada a todos os estudantes.

"Quero pedir desculpas sinceras pelo email enviado inapropriadamente pelo SWB UK", diz a nova mensagem. "Peço desculpas por isso e pelo fato de ter sido enviada a todos vocês". O email foi enviado aos 38 bolsistas que ingressaram na universidade em 2013. "Entendo a frustração e a confusão que isso pode ter causado, especialmente pela dedicação que todos vocês tiveram".

O email é assinado por Sara Higgins, do Departamento Internacional Latinoamericano da universidade. Sara disse que já havia solicitado ao parceiro do CsF o envio de mensagem com as desculpas, mas que o recado só havia chegado a oito dos intercambistas.

Sara salientou que, em nenhum momento do ano passado, a universidade contactou o SWB UK pedindo que enviasse reclamação a todos os estudantes. Acrescentou que eles já foram informados de que se tratou de um erro administrativo.

Na primeira mensagem, a SWB UK dizia ter sido "contactada pela Universidade de Southampton, devido ao número considerável de reclamações em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos" e que a universidade cogitou "deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro". O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.

Em resposta à Agência Brasil, Sara informou que a universidade "está orgulhosa em fazer parte do Ciência sem Fronteiras e que espera receber número cada vez maior de estudantes de alta qualidade". Ela ressaltou que a universidade recebeu 18 estudantes em 2012, 38 no ano passado e receberá outros 33 no fim deste mês. Localizada na cidade de Southampton, na Costa Sul do Reino Unido, a universidade ocupa posição de destaque no ranking de instituições voltadas para a pesquisa.

Conforme os bolsistas, tanto em Southampton quanto em programas de outros países há casos de estudantes que utilizam o dinheiro público para fins não acadêmicos. Muitos atribuem isso à falta de controle das atividades desempenhadas e ao fato de que, em muitos casos, não têm de prestar contas do que fazem.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, informou que esse controle é de responsabilidade dos "parceiros internacionais capacitados", aos quais cabem "fazer o acompanhamento dos estudantes quanto a problemas de relacionamento com a universidade, de adaptação à cultura, problemas de saúde e de desempenho acadêmico". Conforme o CNPq, isso ocorre em todos os países conveniados ao CsF.

Em coletiva de imprensa, ontem, a presidenta Dilma Rousseff disse que os estudantes que não se dedicam "estão desmerecendo o país, lamentavelmente".

O CsF foi lançado em 2011, com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores, além de incentivar a visita de jovens pesquisadores qualificados e professores seniores ao Brasil. Oferece, prioritariamente, bolsas nas áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e de saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o fim deste ano. Antes de cumprir a meta, Dilma anunciou uma segunda etapa, com mais 100 mil bolsas, a serem implementadas até 2018.

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