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South Park é banido na China após falar sobre censura no país

Buscas pelo nome do desenho foram banidas na internet chinesa e, nas plataformas de streaming, não era possível assistir a nenhum episódio

South Park: episódio tirava sarro da censura chinesa (South Park/Reprodução)

South Park: episódio tirava sarro da censura chinesa (South Park/Reprodução)

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AFP

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 10h59.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 11h00.

O desenho South Park, famoso pela ironia e por seu caráter provocador, praticamente desapareceu nesta terça-feira da internet na China, após a exibição na semana passada de um episódio que abordou a repressão aos opositores políticos no país.

O episódio "Band in China", com o habitual humor absurdo e tom sarcástico para abordar temas polêmicos, ataca as empresas americanas que estão dispostas a tudo para conquistar uma parte do mercado chinês.

O desenho mostra os trabalhos forçados em uma prisão chinesa e faz uma paródia das empresas que pensam apenas nos interesses comerciais e cedem à censura.

As buscas por "South Park" no Weibo, o equivalente chinês do Twitter, e em outros sites não mostrava nenhum resultado nesta terça-feira. Algumas páginas de vídeos por 'streaming' citavam alguns episódios, mas não era possível assistir a nenhum deles.

O incidente coincide com a polêmica provocada por um tuíte de um executivo do Houston Rockets, time da NBA, a favor dos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, o que provocou críticas do governo da China e ameaça prejudicar os negócios da NBA no país asiático.

A NBA divulgou um comunicado no qual lamentou a mensagem de Daryl Morey, diretor geral do Houston Rockets, mas nesta terça-feira o comissário da Liga, Adam Silver, afirmou não pedirá desculpas pelo tuíte e não vai controlar as declarações de jogadores e dirigentes.

No Twitter, os criadores de South Park, Trey Parker e Matt Stone, apresentaram um pedido de desculpas repleto de ironias à China.

"Assim como a NBA, saudamos os censores chineses em nossas casas e em nossos corações. Nós também amamos dinheiro mais do que a liberdade e a democracia. Xi (Jinping) não se parece em nada com o Ursinho Pooh", afirma o comunicado, em uma referência aos memes proibidos que comparam o presidente chinês Xi Jinping com o urso da Disney.

"Vida longa ao Grande Partido Comunista da China! Que a colheita de sorgo deste outono seja abundante! Estamos bem com a China agora?", completa o comunicado.

A resposta de Parker e Stone à China representa um grande contraste com a das grandes empresas ocidentais, que rapidamente recuam diante de potenciais perdas no gigantesco - e muito nacionalista - mercado consumidor da China.

Empresas, que vão de companhias aéreas a marcas de moda, já divulgaram pedidos de desculpas, geralmente depois que são acusadas de "ferir os sentimentos do povo chinês".

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