Soldado francês de missão que irá para a República Centro-Africana: "militares estão à espera de instruções e de ordens das autoridades políticas", disse capitão (Emmanuel Braun/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 08h37.
Duala - Mais de 200 soldados franceses avançam a partir de Camarões rumo à fronteira com a República Centro-Africana (RCA), aonde entrarão assim que o Conselho de Segurança da ONU autorizar nesta quinta-feira a intervenção no país, informaram à Agência Efe fontes militares.
As tropas francesas chegaram na quarta-feira à cidade litorânea de Duala, a maior dos Camarões, e se deslocaram de lá por terra em direção à capital, Iaundé.
O contingente chegou há alguns dias a bordo da embarcação de assalto anfíbia "Dixmude", com diversos meios logísticos como uma centena de veículos de combates e helicópteros para uma intervenção rápida em Bangui, a capital centro-africana.
"Os militares estão à espera de instruções e de ordens das autoridades políticas para, eventualmente, intervir na RCA", disse à Efe o capitão Pierre de Briançon, comandante da tropa.
De Iaundé, os soldados começaram a avançar esta manhã rumo ao leste do país, onde fica a fronteira com a RCA, que sofre uma espiral de violência protagonizada por facções armadas que estão se enfrentando.
"A operação certamente será mais fácil que no Mali. Entraremos uma vez que a resolução for votada e o presidente (François) Hollande der a autorização. Tudo está pronto", disse à Efe um alto cargo militar francês em Camarões.
A crise na RCA começou quando, no dia 24 de março, a capital foi tomada pelos rebeldes da Séléka, que assumiram o poder no país após a fuga do ex-presidente François Bozizé, que se refugiou em Camarões.
A coalizão Séléka, composta por quatro grupos rebeldes, pegou em armas no norte do país em dezembro de 2012 ao considerar que Bozizé não tinha respeitado acordos de paz assinados em 2007.
No entanto, estes rebeldes são de maioria muçulmana, frente a uma população essencialmente católica, por isso que há risco de que o conflito se transforme em uma oposição religiosa.
Nas últimas semanas foram registrados confrontos entre partidários de Séleka e milícias cristãs de autodefesa conhecidas como os "Anti-Bakala", que atacaram civis muçulmanos, minoritária no país.