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Soldados denunciam ameaças do Sudão contra prisão de Bashir

As autoridades sul-africanas permitiram a Bashir deixar o país na segunda-feira, descumprindo assim uma ordem de retenção do Tribunal Superior de Pretória


	Omar al Bashir: Sobre o presidente pesam duas ordens internacionais de detenção do TPI por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Darfur
 (Gianluigi Guercia/AFP/AFP)

Omar al Bashir: Sobre o presidente pesam duas ordens internacionais de detenção do TPI por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Darfur (Gianluigi Guercia/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2015 às 08h32.

Johanesburgo - Soldados da África do Sul enviados à missão de paz em Darfur denunciaram as ameaças do exército do Sudão para dissuadir o governo de deter o presidente do Sudão e fugitivo do Tribunal Penal Internacional (TPI), Omar Hassan al-Bashir, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

A base dos militares sul-africanos nesta região do oeste do Sudão foi cercada pelas tropas de Bashir, que não se retiraram até que o avião do presidente sudanês chegasse a Cartum vindo da África do Sul, onde participava de uma cúpula da União Africana (UA), detalhou hoje a portal de notícias sul-africano "News 24".

As autoridades sul-africanas permitiram a Bashir deixar o país na segunda-feira, descumprindo assim uma ordem de retenção do Tribunal Superior de Pretória, que pouco depois da partida do presidente sudanês ordenou o governo, signatário do tratado de fundação do TPI, de cumprir sua detenção.

Sobre Bashir, que chegou à África do Sul no sábado à noite, pesam duas ordens internacionais de detenção do TPI por genocídio, crimes de guerra e de contra a humanidade cometidos em Darfur.

Segundo soldados do exército sul-africano desdobrados em Darfur, 500 militares sudaneses fortemente armados foram mobilizados a meio quilômetro de sua base, em um deslocamento iniciado no momento em que Bashir saiu do Sudão em direção à África do Sul.

No entanto, as Forças Armadas sul-africanas negaram em comunicado que tenha havido algum incidente na base sul-africana na região sudanesa.

Apesar disso, amigos e familiares de soldados sul-africanos em Darfur confirmaram à imprensa que seus parentes temeram um ataque iminente e chegaram a se preparar para uma situação de combate.

"Nosso comandante disse que depois que Bashir chegou ao país (Sudão), os soldados se retiraram", dizia uma mensagem de um dos soldados a outros militares na África do Sul.

Atualmente, 800 soldados sul-africanos estão desdobrados em Darfur, onde participam de uma missão de paz conjunta das Nações Unidas e da União Africana.

A UA defendeu ontem, no fechamento da cúpula a recusa da África do Sul de cumprir suas obrigações internacionais e deter Bashir, e voltou a atacar o TPI, que a organização continental acusa repetidamente de perseguir injustamente a líderes africanos.

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