Zona Desmilitarizada entre Coreia do Sul e Norte: região registrou uma rara deserção nesta segunda-feira (Kim Hong-Ji/File Photo/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 11h52.
São Paulo – Um soldado norte-coreano desertou para a Coreia do Sul nesta segunda-feira, 13, informaram autoridades sul-coreanas, e foi baleado pelo exército da Coreia do Norte durante o processo. Ele foi encontrado na Zona Desmilitarizada, área situada entre os países e estabelecida para conter atividades militares, especificamente na Área de Segurança Conjunta.
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, soldados da Coreia do Sul se alarmaram com um intenso tiroteio por volta das 15h30 (horário local). Ao averiguarem o que se passava, encontraram o soldado norte-coreano caído no chão, ferido. Ele estava desarmado e ainda não teve a sua identidade revelada. Pelo seu uniforme, especula-se que seja de baixa patente.
De acordo com os relatos, o homem foi transferido para um hospital e não houve troca de tiros entre Sul e Norte. Um oficial do Sul disse, ainda, que o militar estava em uma região especialmente exposta aos olhos do Norte e que foi necessário engatinhar até ele para que o resgate fosse possível.
Episódios que envolvem norte-coreanos tentando escapara para o Sul são frequentes e uma média de mil pessoas conseguem realizar essa jornada todos os anos. Naquela área da Zona Desmilitarizada, no entanto, esses incidentes são raros, uma vez que os soldados que compõem essa guarda são escolhidos a dedo por ambos exércitos. Por essa razão, a deserção desta segunda-feira chama a atenção.
O jornalista Jonathan Cheng, chefe do escritório coreano do jornal americano The Wall Street Journal, divulgou um infográfico produzido pela Yonhap e que mostra a trajetória do desertor pela Zona Desmilitarizada até o território da Coreia do Sul. A Coreia do Norte está na parte superior da ilustração.
Here's how the N. Korean soldier's defection went down at the DMZ today, in graphical form, via @YonhapNews @hj257 pic.twitter.com/1miqKHSvzQ
— Jonathan Cheng (@JChengWSJ) November 13, 2017
Coreia do Norte e Coreia do Sul estão tecnicamente em guerra há décadas, mas vivem em uma espécie de trégua. No âmbito mundial, o regime norte-coreano vem desestabilizando a Ásia e a comunidade internacional nos últimos meses em razão do seu programa nuclear, cujo desenvolvimento atingiu novos patamares com os recentes testes balísticos e nucleares.
A situação da crise nuclear é delicada, especialmente por conta da troca de ameaças e provocações entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump.