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Soldado e grávida são as últimas vítimas na Venezuela

Partidários de ambos os lados em confronto e membros das forças de segurança se incluem no saldo de mortos nos piores tumultos em uma década

Manifestantes durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, na Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Manifestantes durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, na Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 18h51.

Caracas - Uma mulher grávida morreu baleada perto de Caracas e um soldado foi morto no Estado de Mérida, no oeste da Venezuela, informaram autoridades nesta segunda-feira, o que eleva para 36 o número de mortos em semanas de protestos contra o governo no país.

Partidários de ambos os lados em confronto e membros das forças de segurança também se incluem no saldo de mortos nos piores tumultos na Venezuela em uma década, desencadeados por manifestações contra o presidente Nicolás Maduro, de linha socialista, que tiveram início no mês passado.

Francisco Garcés, prefeito da municipalidade de Guaicaipuro, perto da capital e integrante do governista Partido Socialista Unido da Venezuela, disse que a mulher, de 28 anos, foi morta a tiros no domingo durante um protesto.

"Nós rejeitamos categoricamente que as manifestações causaram a sua morte", afirmou Garcés a repórteres.

O gabinete do procurador estadual disse que a mulher, identificada como Adriana Urquiola, foi atingida depois de descer de um ônibus público bloqueado por uma barricada armada por manifestantes.

No Estado de Mérida, um sargento da Guarda Nacional morreu nesta segunda-feira depois de ser baleado na nuca durante confrontos, de acordo com uma fonte de alta patente e funcionários do hospital.

Barricadas de rua se tornaram locais de confronto entre defensores de ambos os lados, os quais algumas vezes andam armados. Membros das forças de segurança também estão sendo alvo de tiros de edifícios próximos quando tentam desarmar os bloqueios.

Mérida e o vizinho Estado de Táchira, ao lado da fronteira com a Colômbia, são os mais duramente atingidos pela violência. Na semana passada, agentes de inteligência prenderam o oposicionista prefeito da cidade de San Cristóbal, em Táchira, e o acusaram de fomentar "uma rebelião civil".


Outro prefeito de um município também sob comando da oposição, no Estado de Carabobo, centro do país, foi preso por dez meses depois que um tribunal determinou que ele não cumpriu uma ordem para desfazer as barricadas.

Os protestos começaram em fevereiro com manifestações esporádicas de estudantes universitários. Eles se intensificaram depois que três pessoas foram mortas em uma manifestação em 12 de fevereiro, no centro de Caracas.

Reivindicações

Os manifestantes querem mudança no governo federal, o fim da inflação alta, a escassez de alimentos básicos e uma das mais altas taxas de crimes violentos do mundo.

Além dos movimentos contra os prefeitos de oposição, os partidários de Maduro no Congresso pediram uma investigação criminal de uma deputada da oposição por crimes, incluindo traição relacionada com os protestos.

O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse nesta segunda-feira que María Corina Machado já não é mais parlamentar, depois que ela manifestou-se contra o governo na semana passada, durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA).

"Ela não é mais uma deputada", disse Cabello a jornalistas, acrescentando que sua aceitação de uma oferta feita pelo Panamá para que se pronuncie na OEA é inconstitucional. "Estamos dando instruções para que essa mulher não tenha permissão de voltar ao Parlamento para esta sessão." Um advogado especializado na Constituição, consultado na semana passada pela Reuters, disse que María Corina não poderia perder a sua imunidade parlamentar sem a aprovação do procurador da República e do Supremo Tribunal e, em seguida, uma nova votação na Assembleia Nacional.

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