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Socióloga destaca campanhas pouco espontâneas

Especialista culpa a grande profissionalização e o pesado investimento em tecnologia para a política sair das ruas

Candidatos à Presidência no debate da TV Globo: socióloga acredita que debates e entrevistas são os momentos em que a campanha se torna mais espontânea (Divulgação)

Candidatos à Presidência no debate da TV Globo: socióloga acredita que debates e entrevistas são os momentos em que a campanha se torna mais espontânea (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Rio de Janeiro - A profissionalização das campanhas e os investimentos pesados em tecnologia acabaram tirando a espontaneidade do debate político. A avaliação é da socióloga Fatima Jordão, especialista em análise de pesquisas eleitorais, em entrevista ao programa especial Eleições 2010, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

"A política saiu das ruas, saiu dos lugares de aglomeração e dos locais de trabalho e foi para a sala de visitas, para a televisão e o rádio", afirma a socióloga, ao destacar a importância da propaganda eleitoral gratuita nos meios de comunicação.

O papel do marketing político também foi destacado por Fátima Jordão para a perda de espontaneidade do debate político. "A imagem dos candidatos, seja a imagem pessoal, física, o penteado, a roupa e a forma de falar são meticulosamente calculados."

Para a especialista, no entanto, a forma espontânea ainda prevalece nas entrevistas dos candidatos e nos grandes debates. "As mulheres, em particular, preferem muito o debate como forma de conhecer melhor os candidatos e definir o seu voto, e os debates importantes acontecem sempre no fim da campanha", diz Fátima Jordão.

Sobre a importância da internet na campanha eleitoral, a socióloga considera que esta é a primeira vez nas eleições brasileiras que os sites, blogs e as chamadas redes sociais - Twitter, Facebook - tiveram um papel essencial para os candidatos. "A internet acelera a informação para a grande mídia. Eventos que aconteceriam num passo mais lento - por exemplo, as denúncias de vazamento na Receita Federal - se dependessem apenas da mídia convencional teriam um impacto bem menor", diz Fátima Jordão.

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