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Socialistas vencem eleições municipais em Portugal, mas perdem Lisboa

Do total de 308 municípios, o partido do primeiro-ministro, António Costa, obteve 34,4% dos votos e arrebatou pelo menos 147 prefeituras

Premiê António Costa, durante evento de campanha: vitória de seu partido (AFP/AFP)

Premiê António Costa, durante evento de campanha: vitória de seu partido (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 27 de setembro de 2021 às 10h13.

Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 10h29.

Além das eleições alemãs, Portugal também foi às urnas na Europa neste fim de semana para eleições municipais, com vitória para os socialistas que já comandam o governo nacional com o premiê António Costa. Mas o triunfo foi ofuscado pela derrota surpreendente em Lisboa, que era administrada pelo partido há 14 anos.

De acordo com os resultados quase completos divulgados nesta segunda-feira (27), os socialistas venceram as eleições locais pela terceira vez consecutiva, com 34,4% dos votos e pelo menos 147 prefeituras.

A oposição, de centro-direita, venceu em 108 cidades, com 30,8% dos votos.

Os socialistas ficaram em primeiro lugar nas eleições locais de 2013 e de 2017. Desta vez, a expectativa já era de uma vitória mais apertada do que há quatro anos, momento em que tiveram o melhor resultado da sua história.

Em 2017, levaram 161 prefeituras e 38% dos votos, contra os 98 municípios conquistados pela principal legenda da oposição, o Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita), e por seus aliados, com 28%.

No Porto, a grande cidade do norte do país, o independente Rui Moreira conquistou um segundo mandato, com ampla margem, confirmando as pesquisas. Com leve alta, a abstenção chegou a 46,3%.

Derrota em Lisboa

Os eleitores da capital derrubaram todas as previsões com a eleição do ex-comissário europeu Carlos Moedas, que com a sua ampla coalizão de direita venceu o socialista Fernando Medina, com 35,8% dos votos, contra 31,7% para o atual prefeito em final de mandato, Fernando Medina.

O próximo prefeito da capital, Carlos Moedas, de 51 anos, foi comissário europeu de Ciência e Inovação entre 2014 e 2019.

Antes de sua passagem por Bruxelas, ele foi secretário de Estado e foi o responsável pelos contatos com a 'troika' de credores (União Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) que, em 2011, aprovou um plano de resgate a Portugal em troca de um rigoroso plano de austeridade orçamentária.

Ao reagir aos resultados, o premiê António Costa se mostrou satisfeito com uma "vitória muito clara" em nível nacional, mas admitiu a "frustração" com a "derrota inesperada" em Lisboa.

As eleições se deram em um contexto nacionalmente favorável ao governo de António Costa, que acabava de anunciar que, a partir da próxima quinta-feira, 30, grande parte das restrições sanitárias ainda em vigor será suspensa.

O primeiro-ministro participou ativamente da campanha nas eleições municipais e prometeu ajuste de rumos na economia, duramente atingida pela pandemia da covid-19. Nos últimos meses, o governo também anunciou projetos de investimento financiados pelo plano europeu de recuperação econômica.

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