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Social-democrata Kern assume chefia do governo da Áustria

A eleição de Kern, de 50 anos, para a presidência e a direção do SPÖ foi apenas um ato formal, segundo a imprensa local


	Christian Kern: pela tarde está prevista a cerimônia do juramento ao cargo no Palácio Imperial de Viena, sede da presidência da república alpina
 (Heinz-Peter Bader / Reuters)

Christian Kern: pela tarde está prevista a cerimônia do juramento ao cargo no Palácio Imperial de Viena, sede da presidência da república alpina (Heinz-Peter Bader / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 09h39.

Viena - O social-democrata austríaco Christian Kern foi eleito nesta terça-feira oficialmente presidente do governante Partido Social-Democrata (SPÖ), antes de fazer juramento como novo chanceler federal da Áustria perante o presidente do país, Heinz Fischer.

A eleição de Kern, de 50 anos, para a presidência e a direção do SPÖ foi apenas um ato formal, segundo a imprensa local.

A nomeação do até agora responsável da empresa estatal de ferrovias (ÖBB) foi revelada de forma oficial na semana passada, poucos dias depois da renúncia do chanceler federal, Werner Faymann, quem governava desde 2008.

Pela tarde está prevista a cerimônia do juramento ao cargo no Palácio Imperial de Viena, sede da presidência da república alpina, embora até o momento se desconheça quantos ministros integrarão o gabinete do chefe de governo e participarão do ato.

A surpreendente saída de Faymann no último dia 9 aconteceu no entre o primeira e o segundo turno das eleições presidenciais, em meio a crescentes críticas internas pelo avanço dos ultranacionalistas.

Os social-democratas apressaram para encontrar rapidamente uma solução que evite uma crise de governo e maiores danos ao SPÖ, afetado gravemente após o desastre do primeiro turno das eleições presidenciais em 24 de abril, onde seu candidato ficou muito atrás atrasado e fora de corrida com pouco mais de 11% dos votos.

A forte queda do apoio popular aos social-democratas, paralela à dos democratas-cristãos do ÖVP, parceiros na coalizão governante, tem muitas causas, como, entre outras, o desgaste no poder.

Mas sobretudo foi impulsionada desde o passado verão pela chegada em massa de refugiados e pela transformação política de asilo do governo, que passou de uma postura de portas completamente abertas ao fechamento quase total das fronteiras.

O descontentamento da população e os medos despertados pela onda de imigração foram atiçados por Heinz Christian Strache, líder do ultradireitista Partido Liberal (FPÖ), que ganhou quase todas as eleições regionais e municipais dos últimos anos.

Essa formação seria hoje a mais votada na Áustria, segundo todas as pesquisas.

Mas seu triunfo eleitoral não foi até agora maior ao de seu candidato à presidência, Norbert Hofer, que parte como favorito na eleição definitiva do próximo domingo, quando enfrentará o ecologista Alexander Van der Bellen, após ganhar confortavelmente no primeiro turno do pleito com 35% dos votos.

Kern enfrenta agora o difícil desafio de unir e reorientar o partida, evitar as constantes brigas com o parceiro ÖVP do vice-chanceler Reinhold Mitterlehner, e recuperar o apoio popular e a confiança perdida antes das eleições legislativas regulares previstas para o outono boreal de 2018.

Espera-se que amanhã Kern presida seu primeiro conselho de ministros e se presente ao parlamento.

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