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Sobrevivente de Guernica se encontra com familiares de agressores

Exatamente 80 anos atrás, apoiadores alemães das forças nacionalistas de Francisco Franco atacaram a localidade mercantil, matando até 1.600 pessoas

Diefrand Von Richthofen (E) e Karl Benedikt Von Moreau (D), descendentes de soldados alemães falam com sobrevivente do bombardeio de Guernica, Luis Iriondo, na Espanha, dia 24/04/2017 (Vincent West/Reuters)

Diefrand Von Richthofen (E) e Karl Benedikt Von Moreau (D), descendentes de soldados alemães falam com sobrevivente do bombardeio de Guernica, Luis Iriondo, na Espanha, dia 24/04/2017 (Vincent West/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de abril de 2017 às 17h00.

Guernica, Espanha - Sobreviventes idosos do ataque aéreo brutal que destruiu a cidade espanhola de Guernica em 1937 se encontraram com parentes dos soldados alemães agressores nesta quarta-feira, num gesto de paz e reconciliação.

Exatamente 80 anos atrás, apoiadores alemães das forças nacionalistas de Francisco Franco atacaram a localidade mercantil, matando até 1.600 pessoas em um dos primeiros ataques da história moderna que visaram civis diretamente.

Luis Iriondo, que era adolescente à época e atualmente tem 94 anos, disse que hoje perdoa as forças de Adolf Hitler, e comparou as vítimas de Guernica àquelas que foram mortas por bombas dos Aliados em Dresden na Segunda Guerra Mundial.

"Precisamos esquecer a inimizade que existia na época e buscar a paz", disse Iriondo à Reuters. "Mas eu tinha quatorze anos então, e se tivesse uma arma teria atirado neles!"

Como parte das celebrações da data na cidade do norte basco, Iriondo conheceu os descendentes de dois soldados nazistas que serviram à Legião Condor que atacou Guernica.

Dieprand von Richthofen, primo distante do líder da legião Wolfram von Richthofen, e Karl Benedikt von Moreau, cujo tio era piloto, conversaram com Iriondo em francês.

"Ficamos horrorizados com o que aconteceu aqui", disse von Moreau à Reuters. "A consequência do que aconteceu deve ser que assumimos a responsabilidade e falamos não para essas catástrofes, sem guerra, sem violência".

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