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Sobe para 85 número de mortos em explosão de oleoduto no México

Cerca de 700 moradores foram até o vazamento de combustível no último sábado

México: 58 pessoas continuam internadas (Henry Romero/Reuters)

México: 58 pessoas continuam internadas (Henry Romero/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 10h04.

Subiu para 85 o número de mortos na explosão, na sexta-feira, em uma tubulação de combustível que era saqueada por centenas de civis no centro do México.

"Nas últimas horas, outras seis vítimas foram contabilizadas, o que nos dá um número de 85 falecidos", declarou no domingo o ministro da Saúde, Jorge Alcocer, em uma coletiva de imprensa no Palácio Presidencial, na Cidade do México.

As seis novas vítimas estavam internadas.

De acordo com fontes hospitalares, 58 pessoas continuam internadas em Hidalgo, estado onde ocorreu a explosão, e em localidades vizinhas. Os casos mais graves foram transferidos para a Cidade do México, pois exigem cuidados mais complexos.

"Há pacientes graves com queimaduras em mais de 80% (do corpo) e que já têm comprometimento de seu tecido interno", relatou Alcocer.

Até o momento, 59 cadáveres não puderam ser identificados devido ao estado dos corpos, explicou o governador de Hidalgo, Omar Fayad, que acrescentou que 54 famílias entregaram amostras de DNA para ajudar na identificação.

"Pode levar dias, semanas ou meses para a identificação de todos", reconheceu Fayad, que disse que conta com o apoio do presidente Andrés Manuel López Obrador para enviar os corpos a laboratórios no exterior.

Em Tlahuelilpan, a localidade onde ocorreu a explosão, há apenas soldados do exército mexicano resguardando o perímetro do desastre. Eles afirmam que os trabalhos de busca terminaram na noite de sábado.

Os funerais de vários falecidos começaram a ser realizados, embora a entrega de corpos aos familiares seja lenta porque estão sendo feitos exames de DNA que permitam identificá-los.

Não "vitimizar"

Vários familiares exigiram no sábado a continuação da busca de corpos no local da explosão e pediram o retorno dos peritos forenses.

O procurador-geral do México, Alejandro Gertz, disse que continua-se avaliando hipóteses sobre as causas da explosão do duto, perfurado por ladrões, que provocaram a saída de um potente jato de combustível.

O vazamento atraiu cerca de 700 moradores, que recolhiam a gasolina com baldes e garrafões, quando foram surpreendidos pela explosão.

Em meio à imensa bola de fogo, tudo era caos: pessoas gritando e correndo enquanto ardiam em chamas ou exibiam queimaduras graves no corpo.

Consultado sobre se os feridos serão considerados suspeitos na investigação por terem saqueado uma instalação estatal, Gertz disse que não vão "vitimizar as comunidades".

"Vamos procurar os responsáveis de atos que tenham gerado esta grande tragédia, vitimizar toda a população sob uma hipótese genérica não é a função nem está estabelecido na lei", afirmou.

A tragédia ocorre no momento em que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador executa uma estratégia nacional contra o "huachicoleo", ou roubo de combustível, delito que tem gerado perdas anuais de 3 bilhões de dólares ao país, segundo dados oficiais.

O governo do Canadá expressou suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas e desejou uma rápida recuperação para os feridos.

"O Canadá apoia o povo do México após esta tragédia", disse o Ministério de Assuntos Exteriores do país em um comunicado.

No sábado, a secretária americana de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, manifestou suas condolências às vítimas e disse que sua pasta está pronta para ajudar o governo mexicano.

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