Mundo

Sobe para 58 o número de mortos em ataque em Las Vegas

O número de feridos no tiroteio também foi elevado para mais de 500

Tiroteio: cerca de 22.000 pessoas estavam na plateia quando o atirador abriu fogo de um quarto de hotel (Steve Marcus/Getty Images)

Tiroteio: cerca de 22.000 pessoas estavam na plateia quando o atirador abriu fogo de um quarto de hotel (Steve Marcus/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 13h11.

Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 13h52.

Las Vegas - Ao menos 58 pessoas morreram e centenas ficaram feridas quando um homem de 64 anos armado com mais de 10 fuzis abriu fogo contra o público de um festival de música country em Las Vegas, na noite de domingo, disparando tiros de uma janela do 32º andar de um hotel, por diversos minutos, antes de se matar.

Foi o pior massacre a tiros da história dos Estados Unidos, superando as mortes de 49 pessoas em uma casa noturna de Orlando no ano passado.

Cerca de 22.000 pessoas estavam na plateia quando o atirador abriu fogo de um quarto no hotel Mandalay Bay, levando pessoas em pânico a fugir do local correndo, em alguns casos pisoteando umas às outras enquanto policiais corriam para localizar e matar o atirador. Mais de 500 pessoas ficaram feridas.

A polícia identificou o atirador como Stephen Paddock, que morava em uma comunidade de aposentados em Mesquite, Nevada, e disse que não sabia os motivos que provocaram o ataque. O grupo militante Estado islâmico reivindicou a responsabilidade pelo massacre, mas autoridades norte-americanas expressaram o ceticismo com essa reivindicação.

Paddock se matou antes de a polícia entrar no quarto de onde ele estava atirando, afirmou o chefe de polícia do condado Clark, Joseph Lombardo, a repórteres.

"Não temos ideia de qual era seu credo", disse Lombardo, acrescentando que o atirador não tinha ficha criminal. "Localizamos diversas armas de fogo dentro do quarto que ele ocupava."

Autoridades federais disseram que não havia evidências para ligar Paddock a grupos militantes internacionais.

"À medida que este evento se desenrola, não encontramos até este momento nenhuma conexão com um grupo terrorista internacional", disse o agente especial do FBI, Aaron Rouse, a repórteres.

Uma autoridade minimizou a reivindicação de responsabilidade feita pelo Estado Islâmico, acrescentando que há motivos para acreditar que Paddock tinha um histórico de problemas psicológicos.

Em sua reivindicação, o Estado Islâmico disse que o atirador havia se convertido recentemente ao islã, segundo a agência de notícias do grupo, a Amaq. O comunicado não incluía o nome do atirador e não apresentou nenhuma prova. No passado, o grupo já reivindicou responsabilidade por outros ataques sem fornecer evidências.

O chefe de polícia Lombardo disse que havia mais de 10 fuzis no quarto onde Paddock se matou. Ele havia chegado no hotel na quinta-feira.

A polícia encontrou diversas armas quando realizaram buscas na casa de Paddock, em uma comunidade de aposentados em Mesquite, Nevada, cerca de 145 km ao nordeste de Las Vegas, afirmou o porta-voz da polícia de Mesquite, Quinn Averett, a repórteres.

Entre os mortos está um policial de folga, disse Lombardo. Dois policiais em serviço ficaram feridos, incluindo um que estava em condição estável após uma cirurgia e um que sofreu ferimentos leves. A polícia alertou que o número de mortos pode subir.

O presidente norte-americano, Donald Trump, determinou que as bandeiras sejam colocadas a meio mastro, em uma demonstração nacional de luto, e disse que visitará Las Vegas na quarta-feira.

"Ele assassinou brutalmente mais de 50 pessoas e feriu centenas mais. Foi um ato de pura maldade", disse Trump em um pronunciamento na Casa Branca.

Pânico

Imagens do ataque mostraram a multidão em pânico fugindo enquanto uma sequência rápida de tiros varria a área.

"Pareciam fogos de artifício. As pessoas estavam caindo no chão. Não parava mais", disse Steve Smith, turista de 45 anos de Phoenix, no Arizona, que pegou um voo para assistir ao espetáculo. Ele disse que os tiros se prolongaram por um longo período de tempo.

"Provavelmente 100 tiros por vez. Soava como se estivesse recarregando e continuando", disse Smith.

Os cassinos, boates e lojas de Las Vegas são grandes atrativos para os cerca de 3,5 milhões de turistas que visitam a região todos os anos, e a área estava lotada de visitantes quando o ataque começou, logo depois das 22h (horário local).

Mike McGarry, um consultor financeiro de 53 anos da Filadélfia, disse que estava no show quando escutou o barulho de centenas de tiros.

"Foi uma loucura. Eu me joguei sobre as crianças. Eles têm 20 anos. Eu tenho 53. Eu vivi uma vida boa", disse McGarry. A parte de trás de sua camisa ficou com marcas de pé, depois que pessoas passaram por cima dele na multidão em pânico.

Muitos cassinos da área trancaram as portas durante o incidente para impedir a entrada de qualquer agressor em potencial, alguns usando algemas para tanto, de acordo com testemunhas.

O tiroteio ocorreu na última noite dos três dias do festival Route 91 Harvest, evento de ingressos esgotados que contou com milhares de espectadores e apresentações de artistas como Eric Church, Sam Hunt e Jason Aldean.

 

Acompanhe tudo sobre:ArmasAssassinatosEstados Unidos (EUA)Las VegasMortes

Mais de Mundo

Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras

Líder supremo do Irã pede sentença de morte contra Netanyahu

Hezbollah coloca Tel Aviv entre seus alvos em meio a negociações de cessar-fogo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de um cessar-fogo, diz embaixador israelense nos EUA