Bruxelas - A Bélgica acusou nesta terça-feira uma nova pessoa por sua suposta participação nos atentados terroristas de 13 de novembro em Paris, e agora já são cinco os suspeitos que permanecem detidos em relação a esse caso, informou a procuradoria federal.

Trata-se de um dos três detidos em uma operação antiterrorista na segunda-feira passada, sobre os quais ainda não se tinha pronunciado a juíza instrutora, segundo um comunicado da procuradoria.

O suspeito foi acusado de participar de atividades de um grupo terrorista e de assassinatos terroristas, enquanto as outras duas pessoas que estavam detidas foram liberadas.

A procuradoria fez hoje uma recapitulação da informação transmitida quase a conta-gotas na última semana e revelou alguns novos detalhes.

Entre os novos dados indicou que dois dias antes dos atentados de Paris, em 11 de novembro, Salah Abdeslam, sobre quem pesa um mandato de busca e captura internacional, foi filmado em um posto de gasolina de Ressons, na rodovia em direção a Paris, em companhia de uma pessoa identificada como Mohammed Abrini, de 31 anos, que conduzia um Renault Clio que foi utilizado nos atentados de Paris.

"A juíza de instrução emitiu uma ordem de detenção internacional e europeia contra Abrini", a quem as polícias de Bélgica e França "buscam ativamente", segundo o comunicado.

Também deu detalhes sobre os quatro detidos e confirmou que Salah Abdeslam foi parado pela polícia francesa em Cambrai, por volta das 9h de sábado, poucas horas depois dos ataques, na rodovia em direção a Bruxelas, a bordo de um Golf e em companhia de duas pessoas.

A investigação realizada na Bélgica permitiu a detenção no domingo, 15 de novembro, de Mohammed Amri, proprietário do Golf, e de Hamza Attou, o outro acompanhante de Salah nesse trajeto.

A Câmara do Conselho de Bruxelas confirmou no dia 20 de novembro a ordem de prisão de ambos suspeitos, acusados de participar de atividades de um grupo terrorista e assassinatos terroristas.

A procuradoria também explica hoje que Salah subiu depois a bordo de outro veículo, conduzido por Ali O., de 31 anos e residente no distrito de Molenbeek, que foi detido e, 22 de novembro e acusado no dia seguinte por participar de grupo terrorista e assassinatos terroristas.

A previsão é que este suspeito compareça em uma audiência perante a Câmara do Conselho de Bruxelas no próximo dia 27 de novembro, para a eventual confirmação de sua detenção.

A instrução permitiu ainda a detenção também em novembro de A. Lazez, de 39 anos e residente em Jette, acusado de participar de atividades terroristas e assassinatos terroristas.

Em seu veículo foram encontradas duas armas e rastros de sangue, indicou a procuradoria.

Lazez comparecerá nesta quarta-feira perante a Câmara do Conselho de Bruxelas, que decidirá se confirma ou não sua detenção.

Durante os atentados de Paris os autores utilizaram três veículos: um Volkswagen Polo, um Seat León e um Renault Clio, com placas belga, que tinham sido alugados em 9 de novembro por Ibrahim Abdeslam, irmão de Salah e que se suicidou durante os atentados.

A procuradoria indica, além disso que, desde a noite dos atentados de Paris, recebeu quatro solicitações de assistência urgente por parte da procuradoria de Paris.

Ao mesmo tempo, a procuradoria federal belga abriu sua própria investigação e uma juíza de instrução especializada em terrorismo se encarregou do caso.

Além disso, foi criada uma equipe comum de investigação para permitir uma estreita e intensiva colaboração policial e judicial a ambos lados das fronteiras belga e francesa. 

Texto atualizado às 16h44