Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Gaby Oraa/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 17h21.
Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 17h38.
Um total de 36 pessoas foram presas e 22 foram convocadas pela Justiça da Venezuela, suspeitas de estarem envolvidas em cinco supostos planos de conspiração contra o presidente Nicolás Maduro, informou o procurador-geral nesta sexta-feira, 26.
A "conspiração contínua", como chamou o procurador-geral, Tarek William Saab, da linha oficialista, foi revelada ao longo de 2023 e no início de 2024, segundo a investigação. O magistrado analisou os detalhes dos planos, que visavam ataques a bases militares para roubar armas e lançar uma campanha de homicídio.
Dos 22 detidos inicialmente, o número aumentou para "um total de 36 indivíduos, entre civis e militares", declarou.
"Nestas cinco conspirações estão pendentes as detenções de outros 22 envolvidos", acrescentou Saab em discurso no canal estatal.
Desde que estes planos foram divulgados, Maduro e o chefe do Parlamento associaram as supostas conspirações aos líderes da oposição, aos agentes de Inteligência dos Estados Unidos e ao Exército colombiano, todos alvos comuns do governo da Venezuela neste tipo de acusação.
O presidente venezuelano declarou que estes anúncios colocam em risco os acordos políticos para as eleições presidenciais, alcançados no processo de diálogo com a oposição e mediação da Noruega.
"Os acordos de Barbados estão correndo o risco de morrer", disse Maduro na quinta-feira, 25. "Declaro-os em terapia intensiva, os apunhalaram, os chutaram. Espero que possamos salvar os acordos de Barbados e promover o diálogo para grandes acordos de consenso nacional (...) sem planos de me assassinar, assassinar uns aos outros ou preencher o país com violência", acrescentou.
Simultaneamente, as Forças Armadas anunciaram a expulsão e rebaixamento de 33 militares, tanto da ativa quanto da reserva.
Saab divulgou vídeos de supostas confissões, incluindo um publicado na segunda-feira com um dos culpados associando a líder da oposição, María Corina Machado, que enfrenta uma inabilitação política com o objetivo de ser candidata presencial.
Seu nome é ocultado por um sinal sonoro, mas é possível lê-lo nos lábios do réu. Outro suspeito, em outro vídeo, liga um dos procurados ao partido Vamos Venezuela, de Machado.