Ex-combatentes talibãs em cerimônia em Jalalabad: Hashimi afirmou que o número de vítimas ainda pode aumentar e que entre 35 e 40 pessoas permanecerão hospitalizadas (Noorullah Shirzada)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2015 às 11h36.
Cabul - O número de vítimas na explosão de um caminhão-bomba em Cabul subiu, para 15 mortos e 240 feridos, todos civis, pela destruição de vários edifícios residenciais perto de um complexo militar, atentado que o governo afegão atribuiu aos talibãs, informaram fontes oficiais.
A explosão aconteceu à 1h (local, 17h30 de quinta-feira em Brasília) na região de Shashahid, no leste da capital afegã.
"Entre os feridos há 47 mulheres e 33 crianças", disse em entrevista coletiva na capital afegã Sayed Zafar Hashimi, porta-voz adjunto do gabinete do presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani.
Hashimi afirmou que o número de vítimas ainda pode aumentar e que entre 35 e 40 pessoas permanecerão hospitalizadas, enquanto o resto recebeu alta após ser atendido.
O porta-voz qualificou a explosão como "um covarde ataque terrorista contra civis, com o objetivo de desviar a atenção pública das fendas e desavenças na liderança do grupo talibã", em referência às divergências na sucessão do falecido líder insurgente mulá Omar.
O porta-voz dos talibãs afegãos, Zabiullah Mujahid, no entanto, declarou à Agência Efe que "às vezes alguns ataques são suspeitos" e o grupo insurgente desconhece "o que ocorreu", e disse necessitar de "tempo para investigar, e só dará detalhes quando tiver "informação completa".
A explosão destruiu vários edifícios em que vivem de aluguel trabalhadores e estudantes. Os moradores temem que haja pessoas presas entre os escombros.
Já do complexo militar próximo só foi afetado o muro exterior, relatou Mansour Faizi, que testemunhou as explosões.
O ataque foi condenado pelas missões das Nações Unidas (Unama) e da Otan no país asiático.
Na quinta-feira, 16 pessoas morreram e 22 ficaram feridas em ataques talibãs contra delegacias de polícia no Afeganistão, os primeiros deste tipo cometidos pelos insurgentes após o anúncio da morte do líder talibã mulá Omar e da nomeação do novo chefe, Akhtar Mansur.