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Sob rejeição mundial, Maduro toma posse para governar Venezuela até 2025

Oposição política venezuelana e diversos países, entre eles o Brasil, não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro

Maduro: presidente da Venezuela começa mandato que vai até 2025. (Manaure Quintero/Reuters)

Maduro: presidente da Venezuela começa mandato que vai até 2025. (Manaure Quintero/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 14h57.

Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 18h14.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro prestou juramento nesta quinta-feira para um segundo mandato de seis anos, desafiando os Estados Unidos e grande parte da comunidade internacional, que ameaça aumentar a pressão sobre seu governo considerado ilegítimo.

"Juro em nome do povo da Venezuela (...) que não darei descanso ao meu braço nem repouso à minha alma e que cumprirei e farei cumprir todos os postulados e mandatos da Constituição", declarou Maduro, que recebeu a faixa presidencial do presidente da Suprema Corte de Justiça (governista), em um ato que não foi assistido por nenhum representante da União Europeia (UE) ou a maioria dos países das Américas.

O juramento, segundo o presidente, foi um compromisso com o qual procura "defender a independência e a integridade absolutas da pátria, levar prosperidade social e econômica ao nosso povo e construir o socialismo do século XXI".

A legitimidade do segundo mandato de Maduro foi questionada pela oposição venezuelana e por vários governos estrangeiros, que não reconhecem os resultados das eleições de maio do ano passado, nas quais Maduro foi reeleito com quase 70% dos votos e a maior taxa de abstenções da história democrática da Venezuela (52%).

A UE, os Estados Unidos e o Grupo Lima - formado por 14 países, incluindo Brasil - ignoraram a reeleição de Maduro nas eleições de 20 de maio, promovidas pela Assembleia Constituinte no poder e boicotadas pela oposição, que as considerou uma fraude.

Pouco antes da posse, os Estados Unidos novamente se negaram a reconhecer a legitimidade do governo Maduro e prometeram aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano, de acordo com o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton.

"Os Estados Unidos não reconhecem a posse ilegítima da ditadura de Maduro. Continuaremos aumentando a pressão sobre o regime corrupto, apoiando a democrática Assembleia Nacional (Parlamento) e cobrando democracia e liberdade na Venezuela", escreveu Bolton no Twitter.

Washington já anunciou novas sanções financeiras contra personalidades e empresas na Venezuela.

O presidente venezuelano, de 56 anos, foi investido perante o Tribunal Supremo Eleitoral (TSJ) e não perante o Parlamento, a única instituição nas mãos da oposição.

Por outro lado, Maduro conta com o apoio do Supremo e a “lealdade absoluta” da Força Armada Nacional Bolivariana, declarada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino.

De 32 ministros, 14 são militares e dirigem pastas como Defesa, Interior, Petróleo, Agricultura e Alimentação, além da petroleira PDVSA, que responde por 96% da receita do país.

Quase em paralelo, em Washington, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realiza uma sessão extraordinária sobre a situação no país sul-americano.

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