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Sob os olhos de Greta, UE revelará lei para zerar emissões até 2050

A ativista sueca testemunhará o momento em que a Comissão Europeia apresentará um projeto de lei para zerar as emissões em todos os 27 países do bloco

Greta Thunberg: sueca vem se tornando presença constante em fóruns de discussão de políticas ambientais  (Denis Balibouse/Reuters)

Greta Thunberg: sueca vem se tornando presença constante em fóruns de discussão de políticas ambientais (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2020 às 10h42.

Greta Thunberg é exigente. Desde que a ativista sueca de 17 anos surgiu no palco global como a maior voz em prol da proteção do meio ambiente, ela já esteve presente em dezenas de eventos internacionais e não teve medo de criticar a classe política global em seus discursos. Nesta quarta-feira (04), Greta estará em mais um deles, agora na Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia.

A ativista sueca testemunhará o momento em que a Comissão Europeia apresentará um projeto de lei para vincular os esforços para zerar as emissões em todos os 27 países-membros do bloco até 2050. Mas não estará presente apenas na posição de espectadora: convidada pela comissária Ursula von der Leyen, Greta irá ao microfone expressar a sua opinião sobre a medida, conhecida como “acordo verde” europeu.

O documento, no entanto, ainda precisará ser aprovado pelas casas legislativas da União Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho. Vale notar que os líderes do bloco aprovaram de forma quase unânime o acordo para atingir a neutralidade de carbono em dezembro do ano passado. A Polônia, país governado por um partido ultraconservador, rejeitou o acordo.

Isso não significa, no entanto, que o acordo verde europeu não vem sendo alvo de críticas. O documento prevê a neutralização das emissões até 2050, com metas a cada cinco anos que deverão ser atingidas pelos países a partir de 2030 – o que significa que as medidas passariam a valer em 2035. Além disso, o texto prevê “remover” os traços de gases causadores do efeito estufa da metade deste século em diante.

Para ambientalistas da organização não governamental Greenpeace, o acordo é bem-vindo, mas eles acreditam que a data de 2030 é tarde demais para atingir o objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius. Essa é a temperatura que os cientistas consideram razoável o suficiente para evitar impactos catastróficos das mudanças climáticas.

“Tudo vai depender do que faremos até 2030 e esse objetivo não está incluído nesse mecanismo”, disse à agência Reuters o ativista Klaus Roehrig. A agência de notícias teve acesso a uma versão do documento que será apresentado nesta quarta-feira e notou a ausência dessa disposição. Autoridades europeias se recusaram a comentar o tema.

Apesar das críticas, a União Europeia deverá ter o apoio da maioria dos mais de 500 milhões de pessoas que vivem em algum dos países do bloco, o que já facilita, e muito, que o acordo verde seja aprovado nas casas legislativas. Segundo uma pesquisa publicada pela Comissão Europeia na última terça-feira (03), dia anterior à apresentação da legislação, 94% dos europeus acreditam ser importante proteger o meio ambiente e 91% considera o aquecimento global um problema sério para a UE.

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