Sarkozy: ele tinha sido convocado na Polícia Judicial de Nanterre, nos arredores de Paris, para se explicar sobre os fundos para essa campanha (Stephane Mahe/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de março de 2018 às 06h33.
Última atualização em 20 de março de 2018 às 06h35.
Paris - O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, está prestando depoimento nesta terça-feira, sob custódia, pela investigação judicial aberta por um possível financiamento ilegal durante sua campanha para a sua eleição de 2007, informou o jornal francês "Le Monde".
O jornal explicou que Sarkozy tinha sido convocado na Polícia Judicial de Nanterre, nos arredores de Paris, para se explicar sobre os fundos para essa campanha, e que o seu comparecimento poderia se prolongar por 48 horas, antes de ser apresentado a um juiz para a sua eventual acusação.
O procedimento judicial teve sua origem em um documento líbio, divulgado em maio de 2012 pelo site de notícias "Mediapart", onde dizia que o ex-presidente francês tinha recebido dinheiro de Muammar Kadafi, antigo líder da Líbia.
Em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou ter recebido cinco milhões de euros em dinheiro, entre o final de 2006 e início de 2007, de Trípoli para Paris, que entregou a Claude Guéant e a Nicolas Sarkozy, que era então ministro do Interior.
Algumas alegações que vinham a confirmar as de Abdallah Senoussi, antigo responsável pelos serviços de informação militar do regime do derrocado líder líbio em setembro de 2012, diante de um promotor no seu próprio país na mesma linha.
Além disso, a justiça francesa recuperou a agenda que foi do ministro do Petróleo de Gaddafi, Shukri Ghanem, morto em 2012 em circunstâncias suspeitas, onde apareciam mencionados pagamentos de dinheiro a Sarkozy.
Um antigo colaborador do líder líbio que se encarregava das relações com a França, Bashir Saleh, também afirmou ao "Le Monde" que Kadafi disse ter "financiado Sarkozy".
Um dos juízes que dirigiu esta investigação, Serge Tournaire, é o mesmo que o acusou em outro caso, desta vez pelos fundos para a campanha de 2012, onde não foi eleito.
De acordo com o "Le Monde", o depoimento sob custódia do presidente da França entre 2007 e 2012 significa que os magistrados consideram ter provas suficientes para acusá-lo.
Entre outras coisas, porque antigos dignatários do regime de Gaddafi forneceram elementos que confirmam as suspeitas.
Sarkozy sempre denunciou essas acusações, que atribuiu a manipulações e a uma crueldade contra ele.