Mundo

Sob críticas, Inglaterra se prepara para reabrir as suas escolas

A partir desta segunda-feira, as escolas de ensino infantil poderão voltar a funcionar no país, mas a medida preocupa professores e médicos

BORIS JOHNSON: sindicatos desconfiam da viabilidade, e da segurança, da volta das aulas neste momento, (John Sibley/Reuters)

BORIS JOHNSON: sindicatos desconfiam da viabilidade, e da segurança, da volta das aulas neste momento, (John Sibley/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 1 de junho de 2020 às 06h09.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 08h08.

Era 20 de março quando o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou o fechamento das escolas no país. A notícia veio depois de dias de alertas da comunidade científica sobre a gravidade da pandemia no país e a necessidade de medidas mais rígidas de distanciamento social para conter o avanço da covid-19 em solo britânico. Agora, pouco mais de dois meses depois, a Inglaterra começa a reabrir as portas das escolas nesta segunda-feira, 1º de junho.

De acordo com o plano do gabinete de Boris Johnson, a reabertura será gradual e começará pelos alunos mais novos. A partir do dia 15, será a vez dos alunos mais velhos, adolescentes que irão começar os estudos preparatórios para exames finais. O objetivo é fazer que todas as escolas voltem ao normal por pelo menos um mês e antes do início do verão no hemisfério norte, que começa em 21 de junho, muito embora o governo tenha deixado claro que o panorama pode mudar, se necessário.

A normalidade nas escolas é uma parte importante do plano de reabertura da Inglaterra, mas outras regiões não seguirão o mesmo caminho. A Escócia, por exemplo, não retornará antes de 11 de agosto, enquanto País de Gales ainda não estabeleceu uma data para tanto.

Sindicatos de profissionais da educação e escolas desconfiam da viabilidade, e da segurança, da volta das aulas neste momento, e já disseram que o governo “não construiu confiança”. Vale notar que, segundo a rede de notícias BBC, ao menos 35 autoridades locais de educação também emitiram alertas contra a reabertura, questionando a segurança da medida.

Nick Gibb, ministro das escolas do governo Johnson, é mais realista sobre a estratégia da volta às aulas. Em uma coletiva de imprensa, Gibb afirmou ser “difícil dizer” se será possível colocar todas as escolas em funcionamento no prazo que o governo espera e enfatizou que toda e qualquer decisão será baseada na taxa de transmissão do novo coronavírus e a opinião dos cientistas.

O Reino Unido está no topo do ranking dos países mais afetados pelo coronavírus, em quatro lugar e com mais de 276.000 casos confirmados. Em mortes, no entanto, está atrás apenas dos Estados Unidos e registra, até agora, 38.571 mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. O temor, no momento, é o de que essas crianças e adolescentes possam fazer o número de infecções se acelerar novamente no país

Acompanhe tudo sobre:Boris JohnsonCoronavírusEscolasExame HojeInglaterra

Mais de Mundo

Tarifas de Trump elevam os impostos sobre as importações dos EUA ao nível médio mais alto desde 1943

Comissão Europeia propõe mobilizar cerca de 800 bilhões de euros para defesa

Trump ordena a suspensão de toda ajuda militar em andamento à Ucrânia; países reagem

Papa Francisco passa a noite bem, após episódios de insuficiência respiratória aguda