Iraque: "o Estado Islâmico só será realmente derrotado quando for rejeitado pelos 20 milhões de sunitas marginalizados que moram ente Damasco e Bagdá", disse chefe das Forças Armadas (Youssef Boudlal/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2014 às 11h35.
Washington - O chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas, general Martin Dempsey, disse que o grupo Estado Islâmico não pode ser derrotado a menos que os Estados Unidos e uma coalizão de parceiros enfrente os extremistas.
Os Estados Unidos têm, até agora, restringido seus ataques aéreos ao Iraque, mas as preocupações aumentam cada vez mais, na medida em que o grupo militante amplia seu alcance de redutos seguros na Síria para o outro lado da fronteira com o Iraque.
O secretário de Defesa dos Estrados Unidos Chuck Hagel, que falou ao lado de Dempsey no Pentágono na quinta-feira, disse que os ataques aéreos norte-americanos e o fornecimento de armamentos para forças curdas e iraquianas foram fatores importantes na recaptura, nesta semana, da barragem de Mosul, que estava sob controle dos militantes do Estado Islâmico.
Hagel disse que os ataques aéreos norte-americanos ajudaram curdos e iraquianos a retomar terreno no Iraque. Mas ele afirmou também, em sessão de perguntas e respostas com jornalistas, que os militantes do Estado Islâmico podem se reagrupar e realizar uma nova ofensiva.
Dempsey afirmou que reagir com mais força ao Estado Islâmico não vai necessariamente exigir ataques aéreos na Síria, embora Hagel tenha, aparentemente, deixado esta possibilidade aberta, ao afirmar que "analisamos toda as opções".
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas falou sobre o que será necessário para finalmente derrotar o grupo. "Eles podem ser contidos, mas não pare sempre", afirmou Dempsey. "Esta é uma organização que tem uma visão estratégica apocalíptica, do fim dos dias, e que eventualmente terá de ser derrotada."
"A pergunta é se eles podem ser derrotados sem tratarmos da parte da organização que está na Síria. A resposta é não", afirmou ele. "O problema terá de ser abordado dos dois lados do que é, neste momento, uma fronteira não existente", declarou.
"E isso vai acontecer quando tivermos uma coalizão na região que assuma o dever de derrotar o Estado Islâmico ao longo do tempo", acrescentou Dempsey. "O Estado Islâmico só será realmente derrotado quando for rejeitado pelos 20 milhões de sunitas marginalizados que moram ente Damasco e Bagdá."
Hagel e Dempsey não deram qualquer indicação de uma alteração iminente da abordagem do Exército norte-americano no Iraque, que segundo o presidente Barack Obama vai incluir novos ataques aéreos, mas não o uso de forças dos Estados Unidos em solo.
Fonte: Associated Press.