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Só 6% dos ataques russos foram contra EI, diz oposição síria

Líder da oposição afirmou que pelo menos 2.977 pessoas morreram pelos ataques aéreos russos, das quais 550 eram civis


	Ataque aéreo russo na Síria: oposição destacou que a maior parte dos mortos é civil ou membro do Exército Livre Sírio
 (Ministério da Defesa da Rússia/ Reuters)

Ataque aéreo russo na Síria: oposição destacou que a maior parte dos mortos é civil ou membro do Exército Livre Sírio (Ministério da Defesa da Rússia/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 13h09.

Beirute - O líder da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Khaled Joya, principal grupo de oposição no país, afirmou nesta segunda-feira que apenas 6% dos bombardeiros da Rússia em território sírio foram dirigidos contra o Estado Islâmico (EI).

Em entrevista coletiva, Joya afirmou que pelo menos 2.977 pessoas morreram pelos ataques aéreos russos, das quais 550 eram civis.

A Rússia, aliada do regime do presidente sírio Bashar al Assad, iniciou no dia 30 de setembro uma campanha de bombardeios no país contra posições do EI e outras "organizações terroristas".

No entanto, Joya destacou que a maior parte dos mortos é civil ou membro do Exército Livre Sírio (ELS), grupo moderado ligado à CNFROS, a principal aliança de oposição do país.

"Não ouvimos dizer que (os bombardeios) tenham tido como alvo os dirigentes do EI", disse Joya.

O líder da oposição denunciou, além disso, que a Força Aérea da Rússia usou armas proibidas internacionalmente, como bombas de fragmentação e de fósforo.

Por outro lado, Joya pediu à Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda, para que se desvincule da organização terrorista.

O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, designou a Frente como ramo do grupo no país há dois anos.

"No último mês o mundo foi pego de surpresa por atos terroristas na Turquia, no Líbano, na França e no Mali, esse último reivindicado pela Al Qaeda. Renovo meu convite à Frente al Nusra para que rompa sua relação com a Al Qaeda", afirmou Joya, pedindo que todos os grupos rebeldes retornem à essência da revolução de 2011.

Joya também confirmou a participação de seu grupo na conferência marcada para o próximo mês na Arábia Saudita, ainda sem data confirmada, para unificar a oposição síria.

"Há uma coordenação com todas as facções da oposição para o sucesso da conferência. Esperamos que os resultados que saiam dela acelerem uma solução política para o conflito", destacou.

Sobre a questão, Joya reiterou a exigência da CNFROS que o presidente da Síria, Bashar al Assad, não desempenhe um papel no processo de transição política.

E também ressaltou a necessidade da aplicação do Comunicado de Genebra, estipulado em junho de 2012 pelas potências internacionais.

Esse documento determina, entre outras medidas, a criação de um governo interino na Síria com representantes do regime e da oposição.

Por fim, Joya revelou que o primeiro-ministro do governo provisório da oposição, Ahmed Toma, apresentou sua renúncia após o pedido de vários grupos armados, embora, por enquanto, a CNFROS não decidiu se irá aceitá-la ou não.

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