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Snowden diz que teria muito a dizer em investigação alemã

Ex-agente da NSA disse que tem novas informações para oferecer a um inquérito que investiga a espionagem norte-americana

Manifestantes com máscaras de Edward Snowden durante um protesto de apoio ao ex-agente da NSA em Berlim, na Alemanha (Tobias Schwarz/Reuters)

Manifestantes com máscaras de Edward Snowden durante um protesto de apoio ao ex-agente da NSA em Berlim, na Alemanha (Tobias Schwarz/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 17h16.

Berlim - O ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden disse a uma revista alemã que tem novas informações para oferecer a um inquérito do Parlamento da Alemanha que investiga a espionagem norte-americana e que acredita que os direitos de todos os alemães foram violados.

No começo deste mês, os legisladores alemães do comitê que investiga espionagem decidiram questionar Snowden, mas não concordaram se ele deveria ser convidado para testemunhar em pessoa ou remotamente.

Snowden, que arrisca ser preso e extraditado se pisar em qualquer país aliado dos EUA, disse à revista Stern que foi “envolvido pessoalmente com informações originárias da Alemanha” e que naquele processo os “direitos constitucionais de cada cidadão alemão foram infringidos”.

Ele usou sistemas capazes de interceptar grandes quantidades de dados, declarou, acrescentando: “Ficaria surpreso se os legisladores alemães não descobrissem nada de novo caso eu entregasse todas as informações”.

Snowden disse que a agência de inteligência exterior da Alemanha usou os mesmos métodos que os norte-americanos e que essa pode ser a razão de alguns em Berlim estarem relutantes em ouvi-lo.

Uma opção seria ele testemunhar do exterior, mas a oposição alemã argumenta que Snowden só pode se expressar livremente se estiver na Alemanha.

O advogado do ex-técnico descartou a hipótese, dizendo que poderia ameaçar a sua permanência na Rússia, que em 2013 concedeu asilo durante um ano ao norte-americano.

Até o momento, o Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão) da chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou interrogar Snowden em Berlim, temendo que isso prejudique ainda mais as relações com Washington, abaladas pela revelação de que os Estados Unidos espionaram o celular de Merkel.

O presidente do comitê parlamentar, o conservador Patrick Sensburg, declarou em resposta à entrevista de Snowden: “De acordo com a informação que temos, Edward Snowden jamais esteve especialmente envolvido com a espionagem generalizada de cidadãos alemães na Alemanha”.

“Se ele não providenciar provas em termos de documentos originais logo, pode perder toda credibilidade com o comitê”.

O SPD disse estar disposto a questionar Snowden na Alemanha ou na Rússia.

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