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Situação estável nos reatores 1, 2 e 3 de Fukushima

Agência nuclear dos EUA atribuiu refrigeração dos reatores à injeção de água do mar no local

Usina de Fukushima: agência reconhece que funcionários foram retirados do reator 3 (Jiji Press/AFP)

Usina de Fukushima: agência reconhece que funcionários foram retirados do reator 3 (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 15h07.

Washington - A autoridade americana de regulamentação nuclear (NRC, em inglês) anunciou nesta segunda-feira que a situação parece estável nos reatores 1, 2 e 3 da central nuclear de Fukushima, nordeste do Japão, avariada depois do devastador terremoto no país.

"Hoje a situação parece estável para os reatores 1, 2 e 3 (...) graças à injeção de água do mar para refrigerá-los", afirmou Bill Borchardt, diretor executivo da NRC, em uma audiência pública.

Mas ele reconheceu que fumaça cinza saiu do reator 3 nesta segunda-feira, provocando a retirada dos funcionários.

"Não conhecemos a causa da fumaça, mas sabemos que não há aumento da temperatura nem da radioatividade", disse Borchardt.

"Consideramos nesta fase que os reatores sofreram danos de combustível", declarou, antes de afirmar que os reatores 1, 2 e 3 dos seis da central estavam funcionando quando aconteceu o terremoto de 11 de março.

Mais cedo, uma coluna de fumaça branca que foi vista nesta segunda-feira saindo do reator 2 da central nuclear de Fukushima (nordeste do Japão), depois de um incidente semelhante no reator 3, obrigou à retirada de uma parte dos funcionários que trabalhava no local para evitar uma catástrofe maior.

Estes são os primeiros incidentes preocupantes desde a última quarta-feira na central de Fukushima Daiichi (N°1), gravemente danificada pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março.

"Às 15h55 (03h55 de Brasília), recebemos um relatório da central que indicava a saída de fumaça cinza do teto do reator número 3", declarou a Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a usina.

"Ordenamos a evacuação dos funcionários que estavam nas imediações", acrescentou.

Poucas horas depois, a Tepco comunicou que a fumaça havia parado de sair do reator 3, mas indicava que o número 2 começou a emitir uma fumaça branca.


O reator 3 é o que mais preocupa as autoridades, pois contém combustível MOX, uma mistura de óxidos de plutônio e de urânio obtidos a partir de produtos reciclados, cujas partículas são consideradas mais nocivas que as de combustível à base de urânio.

Na semana passada, a parte superior de sua estrutura foi completamente destruída por uma forte explosão, provocada pelo acúmulo de hidrogênio.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse nesta segunda-feira que a situação em Fukushima (nordeste) estava melhorando pouco a pouco.

"Os esforços empregados para solucionar a crise na usina nuclear permitem que a situação melhore de forma lenta, mas regular", destacou.

Os seis reatores foram conectados a uma fonte elétrica, mas o material deve ser testado antes pelos técnicos para evitar um curto-circuito. Segundo a televisão pública NHK, estas verificações podem durar ainda dois ou três dias.

O sistema de resfriamento do reator 5, que estava desligado para uma revisão quando o terremoto aconteceu - e onde não houve explosão - funcionava normalmente nesta segunda.

Um dirigente da Agência de Segurança Nuclear anunciou que a sala de controle do reator 2 pode ser reativada a partir desta segunda-feira.

A população, entretanto, continua em alerta, principalmente os 35 milhões de habitantes da região de Tóquio, que temem a chegada de substâncias radioativas à capital por meio dos ventos que sopram sobre a central.

As autoridades proibiram a venda de leite e de dos tipos de hortaliças cultivadas em quatro cidades próximas à central nuclear de Fukushima, devido a um nível de radioatividade anormalmente elevada, embora "não seja perigoso para a saúde humana", anunciou o porta-voz do governo.

O governo faz de tudo para tranquilizar a população, e reiterou que o nível de radioatividade presente na chuva, na água das torneiras e em alguns alimentos produzidos nas regiões próximas à central não representam ameaça para a saúde.

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