Fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro modificaram a geografia das cidades (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 14h40.
Rio de Janeiro - O sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, que será criado pelo governo federal, já deverá começar a funcionar, em caráter experimental, no próximo inverno, para prevenir catástrofes com chuvas no leste e nordeste do país. A afirmação foi feita hoje (25) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
“Vamos tentar construir um sistema de emergência para o inverno agora, porque, nas regiões Sudeste e Sul, o inverno é pouco chuvoso, mas no leste e nordeste é quando ocorre parte das tragédias. Então, precisamos desse sistema operando, pelo menos, a parte de alerta. Vamos tentar acelerar agora para o inverno”, disse Mercadante.
Segundo o ministro, o sistema funcionará, em um primeiro momento, com a integração de sistemas de monitoramento do clima já existentes, como os radares da Aeronáutica, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em seguida, o governo avaliará que equipamentos serão comprados para complementar o sistema.
O sistema será controlado de uma sala de operações, cuja base ainda não foi definida e poderá ficar em Brasília ou em São Paulo. A partir da previsão de chuvas intensas, o sistema nacional, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, divulgará alertas para as áreas que podem ser afetadas. A mobilização das cidades ficará por conta do Sistema Nacional de Defesa Civil, que poderá fazer uso de sirenes.
Segundo o ministro, a sala de operações será 24 horas e contará com uma equipe de quatro profissionais: um meteorologista, um especialista em desastres naturais, um hidrólogo e um geólogo. Para compor os turnos, serão necessárias 30 pessoas.
A ideia é que, no próximo verão, o sistema de alerta já esteja cobrindo todo o território nacional. Mas, segundo Mercadante, o sistema só estará funcionando plenamente depois de um levantamento geofísico das cidades brasileiras, que pode durar anos. “O ponto mais difícil é o levantamento geofísico, que depende do trabalho de geólogos. Poucas cidades brasileiras estão bem mapeadas”, disse o ministro, em visita ao Rio.