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Síria virou uma "câmara de tortura", denuncia ONU

O Comissário para os Direitos Humanos alertou que a guerra na Síria é "a pior catástrofe provocada pelo ser humano desde a Segunda Guerra Mundial"

Síria: segundo o OSDH, em seis anos, ao menos 60 mil pessoas morreram sob tortura ou em consequência das condições de detenção (Omar Sanadiki/Reuters)

Síria: segundo o OSDH, em seis anos, ao menos 60 mil pessoas morreram sob tortura ou em consequência das condições de detenção (Omar Sanadiki/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de março de 2017 às 11h41.

Genebra - A Síria se tornou uma "câmara de tortura", afirmou nesta terça-feira em Genebra o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein.

A guerra da Síria é "a pior catástrofe provocada pelo ser humano desde a Segunda Guerra Mundial", disse Zeid Ra'ad al Hussein.

"Em um certo sentido, o conjunto do país se transformou em uma câmara de torturas: um lugar de horror e de uma injustiça absoluta", afirmou Zeid Ra'ad Al-Hussein em um debate sobre a Síria no Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

A guerra síria, "esta imensa onda de sangue e atrocidades" que entra em seu sétimo ano, "começou com casos de tortura: a detenção e a tortura, por parte de autoridades dos serviços de segurança, de um grupo de menores em Daraa que haviam pintado frases contra o governo no muro de uma escola", recordou.

"À medida que se multiplicavam as manifestações, o governo atacou e desenvolveu a guerra contra seu próprio povo, engendrando movimentos rebeldes, alimentando extremismos violentos e preparando o terreno para uma guerra regional", afirmou.

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ao menos 60 mil pessoas morreram em seis anos sob tortura ou em consequência das condições de detenção nas prisões do regime.

Em fevereiro de 2016, a ONU acusou o governo da Síria de "extermínio" dos detentos.

"Nem sequer os apelos desesperados da população de Aleppo no ano passado provocaram impacto nos dirigentes mundiais, cuja influência poderia contribuir para acabar com os combates", disse Zeid.

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