Síria: governo interino se prepara para governar e promover a paz e a reconstrução (AFP PHOTO / HO / SANA)
Agência de Notícias
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 17h21.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shaibani, anunciou nesta quarta-feira que um novo governo tomará posse no dia 1º de março e trabalhará para consolidar a paz e representar todos os setores da sociedade síria.
"O povo sírio está sendo um parceiro fundamental desde o primeiro dia. O governo que será anunciado no dia 1º de março, no próximo mês, representará todo o povo sírio e sua diversidade e queremos que o povo sírio tenha confiança nele", disse o ministro durante sua participação na Cúpula Mundial de Governos em Dubai.
O anúncio confirma o prazo inicialmente dado pelo governo interino. Em 11 de dezembro, apenas três dias após a queda do regime de Bashar al-Assad, os rebeldes liderados por Ahmed al-Shaara nomearam Mohamed al-Bashir como primeiro-ministro interino, com a promessa de que ele permaneceria como interino até 1º de março.
Posteriormente, em 29 de janeiro, Sharaa foi nomeado presidente do governo de transição que comandará o país até a convocação de eleições e a adoção de uma nova Constituição.
"Em um ano, veremos uma Síria capaz de se expressar para o mundo e, em cinco anos, estaremos aqui para falar sobre o que foi alcançado", comentou Shaibani.
O chefe da diplomacia síria, que assumiu o poder em Damasco depois de derrubar o regime de Bashar al-Assad há apenas três meses, explicou que a "nova Síria" e a construção de um Estado e de um exército levarão tempo e disse que "todo processo de transformação gera certas preocupações".
No entanto, confirmou que trabalhará para "consolidar a paz entre os cidadãos sírios e representar todos os setores da sociedade síria".
Tudo ocorre quase um mês depois que o próprio Shaibani, nomeado pelo presidente sírio Ahmed al-Shaara, disse que seu governo está determinado a recuperar o controle sobre o nordeste da Síria — atualmente nas mãos de combatentes curdos — e "restaurar a identidade árabe" na região.
Por outro lado, Shaibani ressaltou que as novas autoridades sírias "herdaram" um sistema econômico "devastado" e que também enfrentam sanções internacionais que ele pediu que a comunidade internacional, mais especificamente a União Europeia e os Estados Unidos, "eliminem".
Desde que assumiu o poder, o presidente Shaara e seus ministros têm insistido na remoção das sanções internacionais contra a Síria, já que os motivos pelos quais elas foram impostas a Bashar al-Assad não existem mais e podem impedir o retorno dos refugiados e a recuperação econômica do país.