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Síria, Sudão do Sul e RCA centram prioridades da ONU em 2014

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que a situação nesses países é muito terrível


	Ban Ki-moon: "Vão [Síria, Sudão do Sul e RCA] de mal em pior, e são tragédias evitáveis nas quais milhões de civis estão pagando um preço desmesurado"
 (REUTERS/Larry Downing)

Ban Ki-moon: "Vão [Síria, Sudão do Sul e RCA] de mal em pior, e são tragédias evitáveis nas quais milhões de civis estão pagando um preço desmesurado" (REUTERS/Larry Downing)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 19h06.

Nações Unidas - As graves crises que atravessam a Síria, o Sudão do Sul e a República Centro-Africana (RCA) centrarão as prioridades mais urgentes das Nações Unidas durante o ano 2014, conforme afirmou nesta sexta-feira o secretário-geral, Ban Ki-moon, que advertiu que a situação nesses países é muito terrível.

"Vão de mal em pior, e são tragédias evitáveis nas quais milhões de civis estão pagando um preço desmesurado", denunciou Ban em sua primeira entrevista coletiva do ano na qual se mostrou especialmente "alarmado" pela propagação da "animosidade sectária" nesses países e o "perigoso efeito contágio" em nível regional e global.

O secretário-geral, que alertou que com essas três crises "estão em jogo anos de desenvolvimento", enquanto toda uma geração de jovens está em risco, ressaltou que a ONU faz "todo o possível" para reduzir o sofrimento da população civil e levar assistência humanitária aos que mais necessitam.

No caso da Síria, Ban chamou de novo todas as partes a reconhecer que não há uma solução militar para o conflito e que a única saída passa pelo diálogo. Por isso, voltou a pedir o cessar imediato das hostilidades, com uma solicitação expressa ao governo, antes da conferência internacional de Genebra em 22 de janeiro.

Além disso, insistiu que às partes permitam o acesso de assistência humanitária, e após se mostrar particularmente "alarmado" pela situação na região de Guta Oriental, com 160 mil pessoas sem ajuda há mais de um ano, disse que a ONU está preparada para entrar na região, mas necessita "plena cooperação" das autoridades.

Sobre o processo de destruição do arsenal químico da Síria, ele reconheceu que o calendário é "muito apertado", mas se mostrou confiante que se completará em 30 de junho. Após agradecer a todos os países que emprestaram apoio logístico, disse que não serão poupados esforços até alcançá-lo.


No caso do Sudão do Sul, o secretário-geral lamentou que continue se deteriorando a escalada de violência, e após insistir que este conflito também não se resolverá pela via militar, solicitou ao presidente, Salva Kiir, a mostrar "flexibilidade" para facilitar o processo de diálogo em Adis Abeba e libertar os presos políticos.

Ban não quis se pronunciar sobre as possíveis sanções a esse país, alegando que é uma decisão que corresponde ao Conselho de Segurança. Além disso, ele anunciou que enviará o secretário-geral adjunto de Direitos Humanos, Ivan Simonovic, para monitorar as violações de direitos humanos, e disse que os responsáveis não ficarão impunes.

Quanto à República Centro-Africana, o secretário-geral urgiu a restaurar "o mais rápido possível" as instituições e o estado de direito após a renúncia do presidente interino, Michel Djotodia, do primeiro-ministro, Nicolas Tiangaye, e do resto do governo de transição.

Ban lembrou que ainda não foi concluído o reforço da Missão Internacional da União Africana (MISCA), que já deveria contar com seis mil soldados. Por conta disso, pediu ao grupo regional para acelerar o desdobramento completo, após garantir que a ONU seguirá ajudando o país a emergir da "crise terrível".

O secretário-geral insistiu que nesses três países se deteriorou a crise humanitária. Ele solicitou à comunidade de doadores a ser "solidários", após lembrar que na próxima semana participará no Kuwait da conferência de doadores para a Síria e os países vizinhos.

Além desses conflitos, Ban abordou outros temas pendentes como os Objetivos do Milênio (ODM) e o meio ambiente, perante os quais disse que fica pela frente um ano no qual haverá que "intensificar a diplomacia" para lutar contra a pobreza e atuar contra a mudança climática.

"O ano 2014 será crucial para os ODM à medida que se aproxima a data limite de 2015", disse o secretário-geral, que advertiu que é preciso "progressos" nas negociações para a nova agenda de desenvolvimento após 2015.

Quanto à luta contra a mudança climática, o principal responsável das Nações Unidas assegurou que para conseguir um acordo global no próximo ano será necessário chegar à cúpula que será realizada em dezembro em Lima (Peru) com uma "minuta sólida" para terminar as negociações.

Por último, disse que apesar das "crises e assuntos preocupantes" que estão por vir, em 2014 a comunidade internacional terá uma nova oportunidade para construir um mundo "mais justo, próspero e seguro", e mostrou sua determinação para que este ano seja de progresso para a humanidade.

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