Mundo

Síria "provavelmente" usou armas químicas, diz Reino Unido

A Turquia anunciou que irá intensificar os exames feitos em refugiados da guerra civil no país vizinho em busca de vestígios

"Nossa avaliação é de que o uso de armas químicas na Síria muito provavelmente foi iniciado pelo regime. Não temos até agora indícios de uso pela oposição", disse Cameron (REUTERS/Stefan Rousseau/pool)

"Nossa avaliação é de que o uso de armas químicas na Síria muito provavelmente foi iniciado pelo regime. Não temos até agora indícios de uso pela oposição", disse Cameron (REUTERS/Stefan Rousseau/pool)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2013 às 17h53.

Londres - O Reino Unido afirmou nesta quinta-feira que "muito provavelmente" o governo sírio usou armas químicas, e a Turquia anunciou que irá intensificar os exames feitos em refugiados da guerra civil no país vizinho em busca de vestígios.

"Nossa avaliação é de que o uso de armas químicas na Síria muito provavelmente foi iniciado pelo regime. Não temos até agora indícios de uso pela oposição", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao ser questionado sobre o assunto.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, manifestou gratidão à Rússia por sua disposição em tentar organizar uma nova conferência de paz para a Síria, em um sinal de redução das tensões entre Washington e Moscou.

A Rússia é a principal aliada do governo de Bashar al-Assad, que há dois anos enfrenta uma rebelião armada.

O governo sírio e a Liga Árabe saudaram a aparente aproximação desta semana entre Estados Unidos e Rússia, mas líderes oposicionistas sírios estão céticos quanto a uma iniciativa que, temem eles, poderá ser usada por Assad para se aferrar ao poder.

Mas, durante visita a Roma, Kerry disse que os EUA são contra a participação de Assad em um eventual governo de transição.

Paralelamente, Israel pediu à Rússia que não venda à Síria um sistema antiaéreo que poderia ajudar Assad a conter uma eventual intervenção militar estrangeira.

O míssil S-300 pode abater aviões e outros mísseis em um raio de 200 quilômetros. Isso reforçaria a atual defesa síria, também fornecida pela Rússia, que foi incapaz de conter um bombardeio israelense na região de Damasco na semana passada.

"Apresentamos objeções a essa (venda) com os russos, e os americanos também", disse uma fonte oficial israelense à Reuters.

Kerry disse em Roma que os EUA preferem que a Rússia não venda armas à Síria.


Israel diz que o bombardeio da semana passada serviu para impedir o governo sírio de entregar mísseis iranianos à guerrilha xiita libanesa Hezbollah.

Em discurso nesta quinta-feira, o líder do Hezbollah, xeique Hassan Nasrallah, disse que a Síria vai responder aos bombardeios fornecendo ao seu grupo armas ainda mais sofisticadas e que o Hezbollah apoiará eventuais esforços da Síria para reconquistar as colinas do Golã, capturadas por Israel em 1967.

Governos ocidentais relutam em intervir militarmente contra Assad, mas o presidente dos EUA, Barack Obama, já disse que a comprovação do uso de armas químicas no conflito atrairia uma forte reação.

Os indícios sobre o uso dessas armas são, por enquanto, fragmentários e contestados.

A Turquia enviou oito especialistas à fronteira com a Síria para examinar vítimas feridas do conflito, buscando traços de armas químicas ou biológicas, disse a agência estatal de notícias Anatolian. A Turquia começou na semana passada a colher amostras de sangue de refugiados.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaPaíses ricosReino UnidoSíriaTurquia

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA