Destroços do campo de refugiados de Yarmouk são vistos em 12 de setembro de 2013 (AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 22h06.
Beirute - A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês) pediu, nesta-sexta-feira, que a Síria suspenda o cerco ao campo de refugiados palestinos de Yarmouk, em Damasco.
Segundo a entidade, milhares de pessoas estão presas no local e precisam urgentemente de ajuda.
Há mais de um ano, o Exército sírio cerca esse campo que fica ao sul de Damasco - palco de combates quase diários que levaram à fuga de milhares de pessoas entre os 170 mil habitantes do local.
"Já faz um ano que Yarmouk, subúrbio da capital síria que abrigava a maior comunidade de refugiados palestinos no país, entrou em uma espiral de violência", lamentou o comissário geral da UNRWA, Filipo Grandi.
"A situação se deteriorou progressivamente: 20 mil palestinos estão isolados em Yarmouk e, apesar das notícias sobre o estado alarmante em que eles se encontram, desde setembro nós não conseguimos chegar ao local para levar ajuda", alertou.
Segundo ele, as condições humanitárias no campo pioram de forma "dramática".
"Se uma intervenção não ocorrer imediatamente, poderá ser tarde demais para salvar a vida de milhares de pessoas, incluindo crianças", frisou.
Grupos armados entraram em Yarmouk no final de 2012 e, desde então, o cerco do Exército sírio prejudicou "todos os esforços humanitários".
"Espero uma resposta positiva por parte do governo sírio para que nossos esforços sejam facilitados", pediu Grandi.
Yarmouk, que já foi um importante centro comercial e cultural, foi destruída pelos combates e ataques aéreos sírios. Militantes presos no local relataram que as condições médicas e alimentares são muito precárias.
Em novembro, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) disse estar em negociação com o governo sírio para colocar fim ao cerco.
Cerca de 500 mil palestinos estão refugiados na Síria - de acordo com números oficiais. Por causa do conflito que atinge o país desde o início de 2011, metade deles está deslocada. A guerra civil na Síria já matou mais de 126 mil pessoas e deixou milhões de refugiados e de deslocados.