Inauguração de jardim na Síria em homenagem a Kim Il-Sung: ele dirigiu a Coreia do Norte com mão de ferro até sua morte e foi o avô do atual dirigente do país, Kim Jong-Un (SANA / AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 14h15.
As autoridades sírias inauguraram nesta segunda-feira em Damasco um jardim em homenagem a Kim Il-Sung, falecido fundador da Coreia do Norte, país considerado um dos piores em matéria de direitos humanos.
O jardim, de 9.000 m2, foi inaugurado em Kafar Susse, um bairro abastado do sudoeste da capital síria, em homenagem a um "líder histórico, famoso por sua luta a favor da libertação (de seu país), e que merece que a Síria lhe renda homenagem", disse à AFP Fayçal Moqdad, vice-ministro sírio das Relações Exteriores, durante a cerimônia.
Kim Il-Sung, que dirigiu a Coreia do Norte com mão de ferro de 1948 até sua morte, em 1994, foi o avô do atual dirigente do país, Kim Jong-Un.
Uma placa comemorativa em homenagem ao presidente eterno da Coreia do Norte foi colocada em uma praça perto do jardim, construído sobre as ruínas de casas destruídas há pouco tempo.
Perguntado pela AFP sobre esta homenagem a uma personalidade tão controversa, Moqdad respondeu que "qualquer pessoa que critique (Kim Il-Sung) é ridícula e estúpida".
Além disso, saudou a posição da Coreia do Norte, que apoia a luta "da Síria contra o terrorismo", termo que o regime sírio utiliza para se referir aos rebeldes que tentam derrubá-lo há mais de quatro anos.
O embaixador de Pyongyang em Damasco afirmou durante a cerimônia que a guerra na Síria é o resultado "de um complô dos Estados Unidos".
A Coreia do Norte e o regime de Damasco mantêm há anos uma relação militar.
Além disso, Pyongyang teria ajudado a Síria a construir uma central nuclear, que foi destruída durante um bombardeio israelense em 2007, e jornais asiáticos afirmaram em 2013 que a Coreia do Norte tentou exportar máscaras de gás, armas e munições à Síria.
O conflito sírio, que teve início em março de 2011 com uma firme repressão de manifestações pacíficas antigoverno, antes de se converter em guerra civil, deixou mais de 240.000 mortos.