Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: "Trata-se de uma campanha liderada por alguns países que não esconderam sua hostilidade rumo à Síria desde o começo da crise", insistiu Bashar Jaafari. (AFP/ Simon Maina)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 15h16.
Nações Unidas - O Governo da Síria denunciou nesta terça-feira na ONU uma "estratégia" internacional coordenada para acusar o país de usar armas químicas dentro da guerra civil que assola a região há mais de dois anos.
O embaixador sírio perante as Nações Unidas, Bashar Jaafari, acusou vários países, entre eles Estados Unidos, França e Reino Unido (membros do Conselho de Segurança) de exercerem "pressão política" sobre o secretário-geral, Ban ki-moon, sobre o envio à Síria de um grupo de técnicos internacionais para investigar o suposto uso de armas químicas no país.
Jaafari ofereceu uma entrevista coletiva para explicar a posição de seu Governo um dia depois que Ban Ki-moon voltou a pedir ao regime de Damasco que permita a viagem dos especialistas.
O embaixador lembrou que seu Governo solicitou inicialmente a Ban que fosse averiguada a denúncia sobre uso de armas químicas por parte da oposição, em 19 de março acerca de Aleppo.
Após a solicitação da Síria, Ban aprovou lançar uma investigação, mas por sua vez a França, Reino Unido pediram que fosse estudado também o possível uso de armas químicas por parte das forças leais a Bashar al Assad.
O secretário-geral insistiu ontem em que a Síria permita a viagem dos especialistas e um "acesso completo" para seu trabalho.
O embaixador Jaafari insistiu hoje em que o Governo sírio só permitirá a viagem dos inspetores para investigar sua denúncia, citando motivos de soberania nacional, já que "não se pode ter gente se movimentando livremente" pelo país "só sobre a base da carta" enviada a Ban por Londres e Paris.
Além disso, disse que a França, o Reino Unido e outros países como o Catar acusou Damasco sem dar detalhes concretos sobre onde ou quando as forças do Governo teriam usado esse tipo de armamento.
Trata-se de uma campanha "liderada por alguns países que não esconderam sua hostilidade rumo à Síria desde o começo da crise", insistiu.